sexta-feira, 26 de março de 2010

A destruição prossegue, apesar das boas palavras

Continuamos a assistir a atitudes de desprezo e negligência pelo nosso rio.
Mais um exemplo deste atropelo ao rio Tinto, pode ser observado na zona entre a Rua da Lourinha e a zona do Paço (junto à E.B. 2.3 de Rio Tinto nº 2).
Quando tomou conhecimento do Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAP), o Movimento quis saber o que entendiam a Metro e as entidades licenciadoras da obra por "desenvolvimento de algumas soluções de projecto de regularização do rio Tinto"," contribuindo adicionalmente para a melhoria da situação actual no que respeita ao risco de cheias".
Nunca a Metro se dignou a receber-nos, apesar de dois pedidos formais de reunião, porque terá entendido qua a melhor forma de fugir às respostas é não admitir perguntas incómodas. Está à vista de todos os que queiram ver o que quem decidiu esta obra entende por "regularizar o rio".
Para a CMG, a Metro, as entidades dependentes do Ministério do Ambiente e a CDDRN, regularizar o rio entre a Rua da Lourinha e a Zona do Paço em Baguim do Monte, é construir muros de gabiões por tudo o que são linhas de água; regularizar é arrasar os muros construídos, há centenas de anos, em pedra e substituí-los por mais muros de gabiões; regularizar é destruir árvores que consolidavam as margens e serviram de abrigo e alimento à biodiversidade antes existente; regularizar, é arrasar moinhos e outras construções de interesse patrimonial.
(in Bojetim nº 3 do Move Rio Tinto (Março 2010)

2 comentários:

Adelaide Vieira disse...

Nem um bocejo ou até uma "bojarda" que seja do presidente de junta de Rio Tinto, sobre a montanha de problemas que vocês aqui divulgam sobre o rio!!!

Ironias à parte, é um verdadeiro "apagas-fogos".

O menino deve sonhar apenas com um dos "jobs" para si (também terá direito, pensa ele) que ilegitimamente faz com que do nada sejam recauchutados em reconhecidos administradores do regime e das empresas de sucesso.

Enquanto isso Rio Tinto que se lixe!

O rio para ele só existiu enquanto andou pelo Pró-rio. Naquele tempo ainda havia algum pudor mas o pragmatismo do PS/socratino ditou outras eras e o assalto ao interesse público é cada vez mais descarado.

Vai daí, deu-se-lhe a amnésia. Tão novo e cheio de vicios.... ou talvez não!!! O dinheirinho faz um jeitaço... não é verdade.

E os macambuzios continuam a dar crédito a estes vendedores de banha da cobra, servidores implacáveis dos poderosos que tudo abocanham.

AV

Carlos Duarte Magalhães disse...

Cara Adelaide,
Partilho do que escreveu. Revela uma certa amargura e insatisfação pelo frouxo papel dos políticos locais.
O desacordo do Move com a maioria das soluções, fez-nos contactar com as entidades responsáveis, alertando, pedindo a correcção da intervenção e minimização dos graves problemas que estas obras vieram causar ao rio, à sua função biofísica e usufruto.
Toda a CMG e o presidente de Junta, deviam estar na linha da frente, das soluções. Da CMG presidida pelo major, há muito se entendeu não ser sua prioridade. Fogem e não querem tão pouco falar do rio. Mas não são os únicos. O major não tem mais a famigerada maioria e nem por isso a situação e o silêncio se alteraram.
Quanto ao Marco Martins, é uma desilusão quanto a ideias e iniciativas que podiam estruturar um conceito de cidade para o futuro. O futuro de Rio Tinto, tem atrás de si um longo passado e um património que está a ser desbaratado com a sua cumplicidade e silêncio da junta por si presidida. Várias iniciativas podiam ter alterado o rumo dos acontecimentos, não fossem por si e pelo seu grupo político, boicotadas.
O Marco garante-nos discordar de tudo o que está a ser feito. Mas alguém conhece uma declaração pública em conformidade com estes sussurros?
E isto leva-me a concluir: ou as coisas lhe passam ao lado, deixando que elas acabem por se impor na realidade, ou pior que isso, assume não querer contrariar quem tem o poder de decidir em desfavor dos Riotintenses.
Os emergentes muros de gabiões surpreenderam o Marco e todos os eleitos locais (que no passado Domingo foram em romaria visitá-los). E porquê? Porque quando era tempo de conhecer e influenciar o projecto, o Marco não o quis fazer.
Fazer política não é queixar-se sobre o que podia ter sido feito. É ter a capacidade de organizar o futuro.
Estarão os nossos eleitos cientes disso?