segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Dois anos depois, problemas revisitados

Já passaram dois anos sobre as cheias no rio Tinto que provocaram avultados prejuízos, de vária ordem.
Na zona do Centro de Saúde, esses danos estiveram mais de ano e meio à espera de serem reparados.
Dizia-se que se aguardavam  estudos para se fazer a reparação da melhor forma possível.
Entretanto, feitas as obras, que orçaram em mais de 300 mil euros, verificamos, com muita preocupação, que regressam sinais de degradação. Ou seja, ou as obras foram deficientemente planeadas, mal executadas ou mal fiscalizadas. Ou isto tudo junto.
Com efeito, para além de terem sido colocados novos gabiões nas margens, ter sido atapetado o leito do rio com pedregulhos, foram despejados, encosta abaixo, camiões de terra que deslizou pela acção da gravidade. Sem outra compactação que não a provocada por alguma vegetação espontânea que cresceu num ou noutro local, era previsível que a erosão pelas águas das chuvas iria fazer aluir, gradualmente, essa encosta, o que iria provocar, consequentemente, o abatimento de passeios e da via, regressando, deste modo, os danos que as obras deveriam ter corrigido.
E é isso que está a acontecer. Aliás, no local já foram, de novo, colocadas grades, para alertar dos perigos de se transitar nessas zonas de novo degradadas. As imagens que se seguem são bem esclarecedoras da forma como dinheiros públicos são deficientemente aplicados.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Dinheiro por água abaixo?

Segundo aviso publicado no Diário da República nº 239 (II série) de 15 de Dezembro, a ADG- Águas de Gondomar S.A. anuncia a abertura de concurso público para Empreitada de Concepção/Construção da Remodelação da ETAR de Rio Tinto. O preço base para este concurso é de 4 750 000  euros.
Como já reiteradamente aqui temos referido, o nosso Movimento manifesta-se contrário a este projecto de remodelação da ETAR, por considerar que ela não vai resolver os problemas de fundo que a afectam. Essencialmente, a questão tem a ver com o facto de esta estação estar desadequada ao contexto em que se insere, ou seja, integrada num rio cujo caudal, na maior parte do ano, é diminuto, o que faz com que os efluentes à saída da ETAR contribuam para o aumento da contaminação do rio, o que é contraditório com a função que supostamente lhe seria cometida.
Por isso, consideramos que este concurso representa um erro que, a concretizar-se, iria conduzir a uma delapidação inglória de significativos meios financeiros.
Estaremos ainda a tempo de contribuir para que os responsáveis emendem a mão e travem este erro?
Achamos que sim, desde que nos mobilizemos no sentido de fazermos ouvir a nossa voz colectiva.
Remendar esta ETAR é, literalmente, mandar dinheiro por água abaixo!

domingo, 11 de dezembro de 2011

Prevista uma Manhattan para o antigo Mercado

Na sua edição de hoje, o Jornal de Notícias insere uma extensa reportagem, sugestivamente intitulada " Prevista uma Manhattan para o antigo mercado" em que se aborda a intenção já aqui amplamente denunciada, de se construirem, no Centro Cívico de Rio Tinto, quatro torres de 11 andares.Transcrevemos:
"A Câmara Municipal de Gondomar aprovou, em Abril, uma proposta para o Plano de Pormenor do Centro Cívico de Rio Tinto, que permite construir, no terreno do antigo mercado e para onde estava previsto o novo Fórum Municipal, quatro torres de 11 andares. Autarca nega.
O documento, a que o JN teve acesso, foi aprovado pela maioria presidida pelo major Valentim Loureiro, contou com os votos contra do PS e abstenção dos dois vereadores do PSD. Nele consta a proposta, da autoria do vice-presidente da Câmara, José Luís Oliveira, de entregar o terreno para a construção de quatro prédios de 11 andares cada um, a fazer lembrar uma espécie de Manahattan."
E mais adiante:
"Contactado pelo JN, o vice-presidente da Câmara nega qualquer edificação: "Está a decorrer a realização do Plano de Pormenor do Centro Cívico de Rio Tinto, por uma empresa estranha à Câmara e só dentro de um ano ou mais é que saberemos o que para ali será proposto" assegurou José Luís Oliveira, que apelida de "velhos do Restelo" quem "anda por aí a inventar mentiras dessas "."
Realçamos, com muito agrado, esta notícia que dá voz a justas preocupações dos riotintenses.
Mas, ao mesmo tempo, não podemos deixar de ficar estarrecidos de espanto pela forma como o vice-presidente da Câmara quer "tapar o sol com a peneira". E fá-lo de modo tão contraditório que é traído pela sua própria linguagem. Assim, já é conhecido o uso da expressão "velhos do Restelo" a propósito daqueles que se opõem à edificação de projectos que ofendem princípios de defesa do ambiente. Então, nestas palavras do edil está subentendido que há quem se esteja a opor ao "progresso" leia-se "progresso imobiliário". A história de episódios ocorridos por esse país mostra aliás que,quando se trata de abater sobreiros, ou ocupar solos com outra vocação, ou ignorar leitos de cheia, ou passar por cima de reservas ecológicas, ou ... para implantar mais umas toneladas de betão, quem não concorda será sempre apelidado de "velho do Restelo" em nome de uma pseudo-modernidade que é, ela sim, retrógrada, inconveniente e dispensável.
E quem anda por aí a inventar mentiras?
Será mentira que a Câmara de Gondomar reuniu a 7 de Abril e aprovou uma proposta sobre o Centro Cívico de Rio Tinto?
Será mentira que nessa mesma reunião se registou uma declaração de voto dos vereadores socialistas que se insurgiam contra a edificação de "um espaço destinado a edifício de RC+11 andares"?
Será mentira o que as actas da reunião da Câmara reportam?
Será o JN mentiroso?
Será a nós, Movimento em Defesa de Rio Tinto que o autarca se quer referir como "velhos do Restelo" e "mentirosos"?
Pela nossa parte, não nos incomodamos com este tipo de afirmações, no mínimo pouco convenientes e que parecem deixar transparecer a irritação de quem não gosta de ver publicitados propósitos sobre os quais gostaria que se registasse o menor ruído possível.
Mas, pode crer que, seguros de estarmos a defender a integridade patrimonial e ambiental da cidade que amamos, não calaremos a nossa voz de denúncia e indignação.
Nota- a reportagem do JN (os nossos parabéns ao importante órgão de informação) é ilustrada por uma sugestiva imagem obtida nos terrenos do antigo mercado, em que se vêem as duas placas ali colocadas pelo nosso Movimento. Mas, por concidência, foi também apanhada uma publicidade de um circo em que se destaca, em letras garrafais, a palavra "piranhas". Ora, sabendo-se da voracidade destes animais, não deixa de ser irónica a coincidência... É que há por aí outras voracidades...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Abaixo-assinado de moradores da Levada

Vai fazer dois anos sobre a cheias no rio Tinto que, entre os diversos danos, provocaram a destruição da ponte junto do moinho da Vitória que era utilizada por muitos moradores da zona e não só.
Durante  muito tempo, criou-se ali a expectativa de que, durante o processo de reconstrução a operar na zona do Centro de Saúde, haveria de ser construído um pontão que viesse repor, de algum modo, a situação anterior.
Como tal não aconteceu, um grupo de riorintenses decidiu lançar um abaixo-assinado, dirigido ao Presidente da Câmara e com cópia ao Presidente da Junta, dando conta dos transtornos provocados pela ausência dessa ligação e solicitando que se avance para a implementação desse equipamento.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

As torres do nosso descontentamento 2

Na sequência da actividade iniciada no passado fim de semana, o nosso Movimento colocou hoje mais duas placas, na zona do antigo mercado, denunciando o projecto de ali serem construidas quatro torres de onze andares cada. De registar que, enquanto estávamos a colocar as placas, uma anónima cidadã que por ali passava insurgiu-se expontaneamente, alto e bom som:
- Torres aqui? Nem pensar!