quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

5ª CAMINHADA PELO RIO TINTO


As Caminhadas Pelo Rio Tinto têm sido pontos altos da luta por um rio mais limpo, menos agredido, disponível para usufruto saudável das populações.
Ao longo das quatro edições que já contabilizamos, vários milhares de pessoas deram voz a esta luta, que tem de continuar a ser empenhada, persistente, tenaz.
No ano passado, por razões conjunturais, não realizámos esta iniciativa.A ela voltamos em 2012. Assim, marque desde já na sua agenda o dia 25 de Março para estar presente na 5ª Caminhada Pelo Rio Tinto. Mais pormenores sobre este evento serão dados oportunamente.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Paulo Silva no Portugal em Directo

Na passada terça-feira, o nosso companheiro Paulo Silva foi ao programa da Antena 1 Portugal em Directo, para comentar o relatório a que alude o nosso post anterior.
Porque foram abordadas nessa entrevista questões essenciais que têm tudo a ver com o estado actual do nosso rio e com o seu futuro, para quem não teve a oportunidade de escutar essa peça, aqui reproduzimos, com a devida vénia à Antena 1 o referido diálogo.



Para ouvir, clicar na seta do player

sábado, 14 de janeiro de 2012

Estudo da ARH do Norte “premeia” rio Tinto com o título de pior massa de água de toda a Região Hidrográfica do Douro

Os recentes estudos elaborados pela Administração da Região Hidrográfica do Norte I.P (ARH do Norte), no âmbito do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro (PGRH do Douro), "premeiam" o rio Tinto como o afluente do Douro com piores níveis de contaminação (biológica, físico-químico, químico e hidromorfológica). O rio Tinto chega mesmo a ser referido como a única massa de água de toda a região classificada com o estado final de “Mau”.No relatório do PGRH do Douro é ainda possível “descobrir” que além de um estado ecológico “Mau”, resultado de incumprimento dos níveis de elementos como o oxigénio dissolvido, o azoto e o fósforo, o rio Tinto apresenta um estado químico “Insuficiente” por incumprimento dos níveis de Níquel.
Mas será isto realmente uma surpresa?
Não! Infelizmente, tal como o Movimento em Defesa do rio Tinto (MOVE Rio Tinto) tem alertado, o que a ARH do Norte agora tornou público há muito que é comprovado por quem conhece o rio Tinto.
Os níveis de poluição deste rio são elevados e para isso muito contribui o ineficaz tratamento do saneamento doméstico, realizado numa ETAR obsoleta e incapaz de dar resposta à densidade populacional da freguesia, e o quase nulo tratamento de efluentes agrícolas e industriais.
Mas o PGRH do Douro não denuncia só os problemas: o seu objectivo é também apontar caminhos de futuro e priorizar investimentos de forma a que em 2015, tal como preconizado pela Directiva Quadro da Água, se atinja o bom estado ecológico e químico de todas as massas de água da região hidrográfica.
Que medidas estão pensadas para o rio Tinto para em 2015 termos um rio que não seja o pior de toda a Região Hidrográfica do Douro?
Para começar, e para espanto do MOVE Rio Tinto, 2015 ainda não será o ano do ressurgimento do rio Tinto: segundo o PGRH do Douro, este rio só em 2027 terá uma classificação de “Bom” ao nível biológico e químico.
Mas ainda mais curioso é o caminho apresentado para essa reabilitação que, para a ARH do Norte, à semelhança de outras entidades com responsabilidades ao nível da gestão dos recursos hídricos e do saneamento da freguesia, como é o caso da Câmara Municipal de Gondomar e da empresa Águas de Gondomar, SA., passa pela reabilitação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Rio Tinto.
Há muito que o MOVE Rio Tinto se tem insurgido contra esta solução, considerando que não alterará o problema de fundo de uma ETAR que entrou em funcionamento em 1997 e que, oito anos depois da conclusão da sua construção, estava subdimensionada sendo a sua tecnologia considerada já obsoleta.
A Câmara Municipal de Gondomar, a Águas de Gondomar, SA e agora a própria ARH do Norte teimam em afirmar que a recuperação da referida ETAR é a solução para o rio Tinto. Um investimento superior a 4 milhões de Euros está previsto para “remendar” algo que é considerado obsoleto há mais de dez anos!
E para maior espanto de todos, pela informação a que o MOVE Rio Tinto teve acesso a obra prevista, e já em processo de concurso público, não vai trazer nenhuma alteração radical na instalação. Teremos assim a continuação de uma ETAR de tratamento secundário, que emitirá um efluente que impedirá que a água do rio Tinto seja sequer utilizada como água de rega.
O MOVE Rio Tinto considera que o rio Tinto merece mais do que uns meros remendos na ETAR actual!
Estamos perante um problema ambiental de dimensão inconcebível, face ao conjunto de conhecimentos científicos e técnicos conhecidos.
Estamos perante mais um bom exemplo da tremenda incapacidade que os responsáveis políticos e técnicos têm para enfrentar problemas deste tipo.
O PGRH do Douro é uma nova oportunidade de mudança da triste realidade que tem sido a gestão da bacia hidrográfica do rio Tinto. Mas, para isso, exigem-se mais do que mudanças cosméticas para apaziguar as consciências pesadas dos decisores políticos. É necessário mais e melhor e, acima de tudo, é necessário parar de desperdiçar recursos.

domingo, 8 de janeiro de 2012

Mais um capítulo

A questão da ETAR de Rio Tinto,está a assemelhar-se a uma novela de mau enredo, de que se vão desenrolando sucessivos capítulos que parecem eternizar-se, sem que se adivinhe um desfecho feliz.Como temos amplamente referido, decorre um concurso público para obras de remodelação deste equipamento, as quais consideramos  um mero "remendo" que não alterará significativamente a problemática de poluição que a ETAR agrava.
Neste contexto, o nosso Movimento levou a cabo, no passado sábado, acções que têm a ver com esta situação.
Assim, de manhã, foram recolhidas amostras das águas, antes e depois das descargas que a estação efectua no rio Tinto.
A foto seguinte apresenta essas amostras, sendo a mais à esquerda referente a água colhida antes da primeira descarga e, depois, as que foram sucessivamente recolhidas a juzante, até à zona de Pego Negro.
Pela simples análise visual das embalagens, claramente se constata que após a primeira descarga da ETAR, a qualidade da água piora drasticamente.
Porque consideramos que a prevista remodelação da estação vai constituir um desperdício de recursos sem utilidade, o Movimento em Defesa do Rio Tinto continuará a denunciar esta acção como ineficaz e, assim, na tarde de sábado, colocámos uma faixa, na zona da Igreja, alertando os cidadãos para este facto.
Estamos ainda a tempo de obstar a que este erro se concretize e se possam encaminhar os 5 milhões de euros para acções mais eficazes. Pela nossa parte, para além de continuarmos a erguer a nossa voz, estamos disponíveis para dialogar com os decisores, pois temos propostas alternativas que poderão contribuir para soluções que invertam a situação de poluição que continua a afectar o nosso rio.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Ainda e sempre a ETAR do Meiral

Numa altura em que decorre o concurso público para "remendar" a ETAR do Meiral, não deixe de visionar este vídeo.

Fica a perplexidade em todos nós: a pouco mais de 1500 mts, constrói-se, e bem, o Parque Oriental da cidade do Porto. Pelo meio passa o rio Tinto.
Esta é daquelas obras com dinheiros públicos em que se tem a sensação de que há qualquer coisa de errado. As justificações dos empossados, ou melhor a falta delas, relacionam-se com decisões que são totalmente exteriores ao rio e à sua função. E isto não é bom prenúncio quando estão em causa fundos públicos, do QREN e se vão empurrar para o futuro problemas graves de qualidade da água e de saúde pública.
A CMG e a empresa Águas de Gondomar, a CMP e a empresa Águas do Porto, a ARH e a Junta Metropolitana do Porto, não devem entender-se e fazer melhor? O que obsta a uma boa solução para o rio Tinto, para a melhoria das águas do estuário do Douro e das praias oceânicas? O Ministério do Ambiente vai consentir um gasto de cerca de 5 milhões de euros de dinheiros públicos que não resolve o problema?