sábado, 10 de março de 2007

Acção de Limpeza do Rio

Conforme o previsto, hoje, 10 de Março, realizou-se a acção (simbólica) de limpeza do rio Tinto, e que decorreu na chamada " zona da Levada"

A iniciativa, promovida pelo Movimento de Defesa do Rio Tinto, contou com o precioso apoio da Junta de Freguesia de Rio Tinto, designadamente, através da disponibilização de pessoal e um veículo, para remoção dos detritos recolhidos.A Câmara Municipal de Gondomar, através do pelouro do Ambiente, cedeu seis pares de botas de água, 50 pares de luvas e um carro de mão.

Aliás, o Presidente da Junta, Dr. Marco Martins, esteve presente, no início da acção, como se documenta na imagem seguinte.
foto Move rio Tinto O Engº Pedro Teiga, que coordenou os trabalhos, deu as indicações necessárias, designadamente, no que se refere à utilização do material a usar. Ei-lo, na zona onde se distribuía esse material.

foto Move rio Tinto O tempo mostrou que queria apoiar a iniciativa, trazendo aos participantes uma manhã primaveril.

Estas excelentes condições motivaram o trabalho empenhado dos presentes, oriundos de diversas gerações.

Nas margens, no leito, ou nas imediações do rio Tinto, procuraram remover detritos diversos que, como é óbvio, não pertenciam ao meio natural daquelas paragens.


foto Move rio Tinto foto Move rio TintoO Engº Teiga, dava o exemplo, sendo um dos elementos mais empenhados na tarefa:
foto Move rio TintoE. pouco a pouco, os resultados, (por vezes bem inesperados) do trabalho, foram aparecendo.

Desde para-choques


foto Move rio Tinto
a latas, guarda-sóis e até mesmo um aspirador


foto Move rio Tinto
não faltando até um banco de automóvel, imagine-se!


foto Move rio Tinto

E o lixo foi-se amontoando.

foto Move rio Tinto
A acção aproximava-se do final.

O Vereador do Departamento de Ambiente e Serviços Urbanos da Câmara Municipal de Gondomar, (que, conforme já se referiu, colaborou com esta acção) , Sr. Joaquim Castro Neves, esteve no local e trocou algumas impressões com os dirigentes do Movimento, inteirando-se do modo como tinham decorrido os trabalhos. Afirmou a disponibilidade da Cãmara, não só para apoiar este grupo de cidadãos, como também para a implementação de medidas que visam a despoluição do rio, referindo, mesmo, algumas pistas sobre o trabalho que a autarquia está a preparar tendo em vista acções a desenvolver. Futuramente aqui daremos conta, em particular, destas indicações.

foto Move rio Tinto

Chegava, então a hora de recolher o lixo.

Os funcionários da Junta, tiveram bastante que fazer, pois, em cerca de duas horas, foi recolhida perto de uma tonelada de detritos diversos.


foto Move rio Tinto

foto Move rio Tinto
Apesar de ter apenas a intenção de chamar a atenção, ainda que de modo simbólico, da necessidade de preservar a saúde do rio e de, adoptar, perante este precioso bem natural, comportamentos civica e ambientalmente correctos, no final dos trabalhos, já foi possível notar um clara diferença na zona onde estivemos,no que se refere ao aspecto de sujidade que inicialmente ali se notava.
Brevemente, aqui mostraremos mais algumas imagens sobre esta jornada.
E este foi, apenas mais um pequeno passo, na longa caminhada que ainda temos pela frente.


8 comentários:

O Futuro...é já amanhã. disse...

Recordando o passado, pensando o futuro.

Trinta e tal anos depois voltei a caminhar no leito do rio. Desta vez não para apanhar os “desgraçados” pequenos peixes que tinham como destino uma bacia que substituía o ansiado aquário que nunca chegou. Triste fim o destes peixes e daqueles que no rio ficaram pois este foi sendo abandonado pelas populações que nele exerciam a sua actividade e transformou-se mais num esgoto do que propriamente num rio. Moribundo, mas vivo e esta acção de limpeza foi mais um passo no sentido de tratar da sua saúde.
Desta vez não apanhei peixes, mas a ”pescaria” foi grande e está garantida para a próxima: tachos, panelas, tabuleiros de forno, vidros, papéis, pensos higiénicos, chapas, plásticos indiferenciados…mas também game boys, CD’s… de tudo um pouco apanhei no rio.
É necessário limpar mas também é necessário e urgente sensibilizar as pessoas para a mudança de atitudes. É urgente fomentar a Educação/Formação Ambiental e esse trabalho esta sendo feito nas Escolas para as quais todas as instituições têm o dever de contribuir. Se muitos dos materiais recolhidos durante esta campanha foram lançados ao rio pelas pessoas que com ele contactam, não podemos esquecer a carga poluente que vem dissolvida nas águas, em cuja diminuição as instituições autárquicas tem um grande papel a cumprir. Mas entre um grande rio ou uma pequena ribeira existem muitas semelhanças e todas as acções que são efectuadas na área da sua bacia hidrográfica, não podem ser descuradas. Pela presença do Sr. Vereador do Ambiente e dos elementos do Executivo da Junta parece-me que estamos no bom caminho, para melhorar a nossa qualidade de vida no que ao ambiente diz respeito.
Gostaria ainda de referir que sou da opinião de que nesta matéria TODOS somos precisos, e que a opinião dos leigos deve ser ouvida mesmo que careca de suporte técnico-científico, e se baseie apenas na sua própria experiência de vida. Com o devido respeito pelos mesmos, não devemos limitar a opinião aos técnicos; a consulta pública nesta matéria é fundamental. E não encontro dificuldades em defender esta opinião, onde até estou à vontade porque sou licenciado em Geografia, o que me confere uma visão alternativa sobre o assunto.
Vem isto a propósito de uma pequena conversa que decorreu no final da campanha quando se observava os efeitos das últimas cheias nas margens do rio a jusante da ponte da Levada.
Aconteceu que o rio transportou o “rachão” introduzido no seu fundo para junto desta ponte, acumulando-o no meio do leito obrigando as águas a procurarem um novo caminho o que levou à erosão das margens. Então os técnicos não foram capazes de prever tal situação? E o estrangulamento provocado pelos pilares das pontes ou pelas anilhas de diâmetro exageradamente reduzido e por isso mal calculado, e que levou a inundações aquando do aumento do caudal do rio? E o entubamento do rio com o consequente agravamento da qualidade da água pelo efeito do ambiente que se gera dentro do tubo na própria água? O entubamento foi só uma decisão política ou os técnicos também são responsáveis?
Muitos foram os leigos que entendiam que a vegetação ribeirinha tinha um papel mais importante na despoluição do rio do que a introdução de toneladas de pedra. Não saberiam exactamente porquê mas sabiam que a alternativa poderia dar no que deu. Muitos foram os leigos que se opuseram ao entubamento; alguns também que o apoiaram por desconhecerem alternativas e terem que suportar diariamente os incómodos dos maus cheiros e dos insectos que proliferam em determinados períodos do ano.
É por isso que entendo que é preciso um grande esforço de Educação Ambiental mas também de Formação Ambiental.
É que os leigos têm muitas vezes mais sensibilidade para estes aspectos do que os próprios técnicos, porque sente na pele os efeitos das acções. Os leigos sabem que os rios não morrem…nascem e transformam-se ao longo do tempo, mesmo quando parece, não terem vida pela qualidade das suas águas. Os leigos podem não saber que os rios possuem maiores caudais quando mais chove, mas sabem que os rios levam mais água e que o estreitamento do seu vale pode provocar cheias. Os leigos que trabalham as margens dos rios sabem que a rotina de um rio passa por um constante desgaste, transporte e acumulação.
A descuidada intervenção do Homem, leigo ou não, tem aumentado a vulnerabilidade aos riscos naturais e estes provocam catástrofes com efeitos sobre as pessoas e sobre o ambiente.
Por isso o interesse em participar neste grande movimento em torno do rio Tinto, para que a discussão publica, em casa, na escola, nos cafés, … entre pais e filhos, entre leigos e técnicos … resulte em acções que a curto médio prazo melhorem a nossa qualidade de vida.

Carlos Duarte Magalhães disse...

A acção de limpeza de ontem apesar de simbólica cumpriu todos os objectivos propostos.
- Estimulou o executivo da Junta a meter mãos à obra, que desejamos seja para prosseguida;
- Chamou o vereador do Ambiente da CMG confirmando a determinação dos promotores, e deferindo a urgência de um plano de despoluição;
- Gerou interesse e pasmo nas gentes vizinhas e demais curiosos, desencadeando admiração, ideias e comentários novos;
- Deu-se um contributo ao rio Tinto retirando cerca de uma tonelada de lixo.
Com esta acção quisemos afirmar a ideia de que este processo exige propostas inovadoras e de valorização da participação dos cidadãos.

Cabe aos riotintenses tomar conhecimento e participar nos processos de decisão, com vista a assegurar que qualquer plano ou intervenção no rio Tinto sirva as necessidades, seja justo, sustentável, significante e formativo;

Seria negativo que o exercício da política e do poder, não chamassem as pessoas que sofrem com os problemas forçando-as ao não entendimento das opções e omitindo as variáveis de escolha.

Somos a favor da viabilização de um Plano de Recuperação do Rio Tinto que integre as Câmaras de Valongo, Gondomar e do Porto, plano esse que terá tanto mais valor quanto ponderado e avalizado pelos visados.

Mas continua a faltar de muitas entidades e responsáveis trabalho de estudo, de visão estratégica e de futuro, de aplicação e comprometimento com o rio e com toda a sua envolvente.

O passado de alguns quanto a este problema, não permite qualquer sintoma de compensação imaginária.

Logo, não percam muito mais tempo.

Carlos Duarte Magalhães disse...

ESCLARECIMENTO SOBRE OS MATERIAIS USADOS

Os materiais usados na acção de limpeza (seis pares de botas de água, 50 pares de luvas e um carro de mão) foram cedidos pelo pelouro do Ambiente da CMGondomar e não pela Junta de Freguesia de Rio Tinto, que desde cedo nos garantiu não ter "possibilidades" de fornecer esse material.

A Junta de Freguesia de Rio Tinto garantiu sacos para a recolha do lixo e o transporte do lixos e restantes residuos.

A colaboração de ambas as entidades foi importante para o exito da acção.

Anónimo disse...

1. O objectivo de requalificação do nosso rio está intimamente ligado à mudança de comportamento dos cidadãos e implica uma politica completamente diferente da que tem sido seguida, até aqui, por TODOS os órgãos de poder seja local, municipal ou nacional.

2. Identifico-me, desde a primeira hora, com o Movimento por me parecer que valoriza a necessária colaboração que deve ter com os órgãos de poder mas não se dispensa de ser TOTALMENTE independente daqueles e não vai esconder as críticas e objecções que a acção, ou a falta dela, mereçam.

3. Acontece que a forma e o conteúdo da noticia sobre a acção de limpeza -inserida no Blog do Movimento e por isso entendida como posição oficial do Movimento- deixou-me preocupado porque é entendida como “louvaminheira” ou “promocional” de uma entidade pública e do seu presidente, que apenas cumpriram uma pequena parte do seu dever.

4. Na acção de limpeza os heróis foram os cidadãos anónimos que meteram os pés na merda em que o rio está transformado e cuja responsabilidade cabe, em primeiro lugar, a TODOS os titulares dos cargos públicos.

5. Desculpem lá o desacordo e este só tem uma preocupação: que um pequeno entusiasmo adoracional de uma figura não vá estragar o valioso e dedicado trabalho do Movimento.

Odecamman

Isabel Filipe disse...

há que educar as pessoas ... como pode haver gente que atire lixe para onde calha?...

parabéns por esta 1ª acção que decorreu com o maior sucesso ..

continuação de bons resultados ...

Anónimo disse...

Esta acção serviu para sensibilizar os mais pequenos, que poderão levar a sua experiência para dentro da sua sala de aulas, serviu ainda para sensibilizar o poder autárquico, esse sim tem meios ao seu alcance para meter "mãos à obra" e perceber a urgência duma intervenção cabal para a mudança desta realidade. Foi importante este dia de sensibilização pela participação cívica da população. É necessário continuarmos este caminho

Rui Guerra disse...

a vossa acção devia ser divulgada a outros níveis.
é inacreditável o que se esconde por baixo do leito de um rio, urbano ou não.
têm o meu apoio, são acções destas que contribuem para a educação ambiental.
obrigado.

Maria Romeiras disse...

Boa iniciativa. Pensar no ambiente é uma coisa, agir é outra. Exemplar, o vosso projecto. Parabéns.