domingo, 30 de janeiro de 2011

O mais e o menos

Voltamos a falar da nova linha do metro, para registar aspectos positivos, mas também para reeditar preocupações.
Com efeito, é de louvar a preocupação da Metro, em proceder à arborização e ajardinamento de espaços contíguos à linha, bem como do próprio canal onde assentam os carris e por onde circulam as carruagens. Apesar deste processo necessitar de algum tempo mais para se afirmar com maior dimensão, já são visíveis esses esforços sempre de destacar.


Na zona da estação da Levada ( que lembra o ícone do rio e deste blog, mas, que, afinal, já não existe) desagua a ribeira da Castanheira. Perto da linha do Metro, à primeira vista, as coisas até estão mais "arrumadas". Fez-se um novo pontão (que, apesar de tudo, nos parece ter uma dimensão algo diminuta, face à previsão de cheias mais agrestes...), retiraram-se alguns detritos.

Mas, um olhar mais atento revela desde logo, que as águas da ribeira estão escuras, sinal de que a poluição ali continua.

Andando um pouco mais para montante, e a poucos metros da linha, a realidade é bem triste.
Lixo e mais lixo.

Montes de destroços, alguns deles oriundos da demolição do antigo mercado e que foram depositados nas margens da ribeira.

E, pasme-se, tubos de apreciável calibre que se amontoam no leito do curso de água. Ali tão perto do metro.De onde vieram estes tubos que lembram aqueles que surgiram à luz do dia junto do centro de saúde depois da rotura do emissário de esgotos em consequência das cheias de Dezembro de 2009?

Perante esta situação, há que perguntar: quem vai tomar medidas para que toda aquela imundície, todo aquele manancial de detritos, seja rapida e drasticamente removido: a Câmara? a ARH? E a Junta de Freguesia já se deu conta do que ali se patenteia? E em caso afirmativo, já denunciou a situação, tão pressurosamente quanto o foi a tentar chamar a si méritos pela construção do novo e útil equipamento de mobilidade?
É que não interessa varrer o lixo se ele continua debaixo do tapete. E seria de todo exigível que um melhoramento que se revela como tão eficiente e moderno não circulasse paredes-meias com lixo, abandono, incúria.
O Move Rio Tinto exige uma rápida intervenção que devolva à Ribeira da Castanheira, a dignidade que merece.

3 comentários:

Ana Oliveira disse...

Pois é lamentável ver que mesmo com o metro à porta a preocupação pela natureza do rio é a mesma!
A junta e toda a população só tinham a lucrar se tivessemos um rio com boa qualidade, com caminhos pedonais para apreciar a natureza, como ja se tem feito em vários rios. É triste. Mas não podemos parar, com a plantação de arvores em volta da linha do metro, pode ser que as pessoas fiquem mais sensibilizadas para com o meio ambiente.

Anónimo disse...

Que importa perder a vida
em luta contra a traição,
se a razão, mesmo vencida
não deixa de ser Razão.

Carlos Duarte disse...

Tudo visto, o rio podia ter sido poupado. Dizem que o Valentim e o Oliveira não o queriam... o Marco (afirmo eu) não o quis.
Viva o Metro, abaixo os judas!!!

As obras no C. Saude já avançavam e nada... Na sexta lá apareceu na carrinha da junta de máquina em punho dado à reportagem. Agora pode ler-se:
"Esta é a primeira das muitas intervenções que o rio Tinto necessita para recuperar os estragos da tragédia de 2009."

Aparentemente inocente, mas exemplar e modelar. É fácil: parece dizer tudo, mas nada revela.

Então e o resto Marco?
Enquanto eleito do povo para gerir a cidade, participaste na discussão do projecto? conheces algo do mesmo? as margens serão naturalizadas? construir-se-à a tal varanda sob o rio? porque não está à mostra de todos como mandam a lei e as regras de transparência?

E quanto às decisões de reconstrução da levada que a Assembleia de Rio Tinto aprovou? pergunto: está garantida? é que ou a actual reabilitação da margem a prevê ou niqueles!!!

Quanto às muitas intervenções isso é para quando? E o quê? E o Centro Cívico? e etc etc???
E a ruptura do emissário?

É que cansa demais, de na hora da verdade ver as noivas à tua espera no altar…