sábado, 19 de fevereiro de 2011

Alertar e insistir, vale a pena

Não,este não é mais um daqueles passatempos tão comuns nos nossos jornais ou revistas.
Mas, pedimos-lhe que, durante alguns momentos, observe as duas imagens que se seguem e detecte as principais diferenças entre elas.

Já observou? Acrescentamos que ambas as fotos foram obtidas no mesmo troço da Ribeira da Castanheira, com um intervalo de duas semanas.
É claro que reparou que a primeira foto, que publicámos no post anterior, mostrava uma brutal poluição, que indiciava que novos focos de contaminação estavam em acção.
Por isso, aqui demos o alerta, porque não nos conformamos com situações de desmandos ambientais, designadamente na área da bacia hidrográfica do rio Tinto.
Hoje, porque queremos sempre estar atentos ao que se passa, alguns elementos do nosso Movimento, percorreram as margens da ribeira para investigar, com mais detalhe, o que ali se passava.
Verificámos, então, e a segunda imagem dá conta disso, que as águas corriam, agora, mais limpas, significativamente diferentes daquilo que anteriormente tínhamos constatado.
Por informações recolhidas no local, soubemos que a Empresa Águas de Gondomar, durante a semana que agora termina, esteve no local, e detectou que havia, a montante desta zona, caixas de saneamento obstruídas, o que fazia com que toda uma carga de detritos estivesse a drenar para a ribeira. Foi remediada a situação mercê desta intervenção que, obviamente, saudamos, e, assim, foi possível regressar a um estado em que já é possível visualizar o fundo da ribeira.
Concluimos, então, que valeu a pena termos aqui alertado para a gravidade da situação.Faz, pois, sentido, que o Movimento persista na sua atitude de atenção e empenhamento na detecção de problemas e na sugestão de soluções que cabe às entidades responsáveis, analisar e implementar.
No entanto, tal não invalida que insistamos que ainda há muito a fazer, não só no local a que agora nos reportamos, como a juzante, onde ainda subsiste, em muitos trechos, um panorama desolador, de que é exemplo a imagem seguinte.
Não é montagem. Aqueles tubos estão mesmo assentes no leito da ribeira.E muitos outros exemplos poderíamos, infelizmente, documentar.
Por tudo isto, teremos de continuar, mais do que nunca, atentos e determinados. A defesa das riquezas naturais de Rio Tinto assim o determina.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Novas agressões sobre a ribeira da Castanheira

A Ribeira da Castanheira, pequena linha de água que desagua no rio Tinto, tem, gradualmente, sido alvo de agressões que têm conduzido a uma crescente contaminação das águas, com os consequentes riscos para o ambiente e para a saúde pública.
Aliás, basta reparar na tonalidade das águas , junto à nova linha do Metro, para se concluir que algo de muito grave se passa com a ribeira.
Há tempos, o Movimento em Defesa do Rio Tinto, alertou para a rotura de um emissário de esgotos, que ocorreu sob a passagem da linha do comboio (Douro e Minho). Esse incidente provocou uma grave poluição do curso de água, durante alguns meses. Recentemente, a situação foi corrigida mas, inexplicavelmente, a ribeira passou a exibir acrescidos níveis de contaminação. Com efeito, a montante do local onde se situa o emissário reparado, e onde há bem pouco tempo se podia ver o fundo do rio, as águas eram transparentes, agora o cenário é desolador.
De acordo com o testemunho de um agricultor da zona, que elementos do Movimento contactaram durante um visita em que se procurava encontrar razões para tal degradação, “antes via-se o fundo, a água era cristalina, até havia agriões e peixinhos, agora nada. Já nem utilizamos a água para regar” e apontando para a erva que cresce nas margens, “ esta tonalidade amarelada é da má qualidade da água”.
Subindo em direcção à nascente, passando pela zona de Rebordãos, seguindo quer pela levada, quer pela ribeira, a poluição é cada vez mais notória. Após a rotunda em direcção à Triana pela rua da Castanheira a ribeira faz o atravessamento da estrada vindo encontrar uma linha de água originária da zona de Santegãos. Nesse local, junto à estrada, deparamo-nos com uma autêntica cloaca.
Perante esta desoladora realidade, o Movimento em Defesa do Rio Tinto, alerta as entidades responsáveis (designadamente Câmara Municipal de Gondomar, Empresa Águas de Gondomar e Administração da Região Hidrográfica do Norte) para a premência e urgência de uma intervenção que, começando por investigar as razões deste desmando ambiental, rapida e eficazmente conduza às medidas indispensáveis para que se corrija a actual situação.
A Ribeira da Castanheira não pode continuar a ser um vazadouro de imundícies.
Pela nossa parte, continuaremos a acompanhar a situação, questionando as referidas entidades, dando conta,também, à população, da evolução da situação, apelando, ainda, à mobilização pública em defesa de um bem natural de usufruto colectivo,que terá sempre de ser preservado.