sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ainda que ilusioriamente inelutável

Neste espaço, para além de notícias, apelos, desabafos, ecos das actividades do MoveRioTinto, há também lugar para darmos à estampa, colaborações diversas que nos cheguem, directa ou indirectamente relacionadas com o nosso rio ou com a defesa do ambiente em geral.

Neste contexto, divulgamos hoje um texto poético da autoria de Carlos Duarte Magalhães:

Ainda que ilusoriamente inelutável
Não te deixaremos cair no esquecimento.
Sim rio Tinto, o esquecimento!
Esse mal, “o maior mal do mundo”...
Por ti...
Combateremos contra a forma decadente que te impõem,
Não apenas de faz-de-conta, mas visivelmente hipócrita.
Por ti,
Denunciaremos os invisíveis duplos e cúmplices dos actos
Que te menosprezam e agridem, e te escondem.
Por ti...
Empregaremos o espírito e a ousadia de te enaltecer
Por ti
Arriscaremos desfazer o cepticismo, o cinismo
E o bom-senso político-cultural, que de ti nos tem afastado
E permitem, que sejas um escudo útil.
De escudos lembras-te tu
E melhor que ninguém!
E dos homens que, empunhando-os caíram
E te mancharam com o seu sangue.
E tu, rio Tinto,
Continuaste a correr lavando a dor e de cabeça erguida,
Foste fonte de vida e pão dos homens que te adoptaram.
Por ti, rio Tinto,
Estaremos contigo!
Por ti perguntamos,
Quando se dispõe a turba, a multidão que te fere,
A abrir-te a porta do “bunker” em que te querem meter?


Carlos Duarte Magalhães

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