sábado, 26 de dezembro de 2009

Isto faz doer o coração de quem ama o rio

As recentes cheias do rio,com efeitos que a incúria e a irresponsabilidade de vários decisores ampliaram e tornaram desastrosos,atingiram uma das zonas mais bonitas do rio e que consideramos como que um seu "ex-libris":a levada da Vitória, com a sua singela mas belissima queda de água.
Aliás, este nosso blog é encimado, precisamente, por uma foto desse local.
Era assim:

Agora, desoladoramente, a levada desapareceu, a cascata não existe, o pontão que ficava logo ali e permitia cruzar de uma margem a outra, foi destruído.
Aqui era a cascata


Aqui havia o pontão
O rio jamais perdoará a quem por incúria, negligência, ignorância ou avidez, foi responsável por estas perdas que fazem doer o coração de quem ama Rio Tinto e o seu património.
Aquela queda de água, que atravessou gerações, séculos, sobreviveu a intempéries e a cheias tão ou mais violentas de que esta, agora ruíu..
Mas, se agora foi destruída num ápice, é porque houve actuações desastrosas a que o rio, inevitavelmente, teria de reagir.
Por isso, no mínimo, ele exige que, quem detem o poder e os meios para actuar, reponha, neste local, o mais possível do cenário anterior.
Há coisas que jamais poderão ser recuperadas no seu cariz inicial. Mas fazer uns remendos, assobiar para o lado e virar as costas ao passado é algo que não poderá ser admitido.

1 comentário:

Adérito Machado disse...

Recordo que também passei várias vezes pelo ex-pontão e mesmo sendo natural de Rio Tinto, devo confessar que foi graças ao Movimento do Rio Tinto que o fiquei a conhecer, nunca tinha posto os pés no pontão, como nunca tinha posto a vista nas quedas de água... Pois sempre que me deslocava ao centro de Rio Tinto, quase nunca passava para além da Igreja, ...ou ia ao S. Bento e S. Cristóvão ou à Feira, que era junto do cemitério.
Desde que o Movimento começou a sua actividade, eu e muitos outros riotintenses ficamos a conhecer um pouco melhor a cidade, a sua história e o próprio rio.
No dia de Natal, desci a rampa que outrora subira numa das Caminhadas e quando cheguei ao fim, deparei com aquilo que não contava, nem pontão, nem queda de água...
Olhei durante muito tempo, eu e muitas outras pessoas que ali se deslocaram, todos lamentavam e davam os seus palpites e opiniões, confesso que o apontar do dedo era sempre na mesma direcção... aqueles que têm acompanhado a luta pela limpeza e requalificação do rio Tinto, sabem do que falo...