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terça-feira, 7 de setembro de 2010

A ribeira não agradece

Já aqui tínhamos dado conta das obras, da responsabilidade da Metro do Porto, que se desenvolviam na junção da ribeira da Castanheira com o rio Tinto  no terminal do malfadado entubamento.
Referimos, então, que a política de mais e mais betão em vez de desejáveis operações de renaturalização de cursos de água, parece continuar a dominar a mente de técnicos insensíveis às questões ambientais.
A foto seguinte documenta o resultado final dessas obras.

Dirão alguns (esses tais e mais alguns outros...) que ficou mais bonito, mais moderno, mais seguro.
Mas, seguramente, a ribeira não agradece esta nova vestimenta. Preferia que roupagens mais naturais, mais livres, afinal, as de origem, lhe fossem oferecidas.
Entretanto, ali, logo a seguir, após um triste remendo para disfarçar as mazelas de um emissário de esgotos danificado, tudo continua desoladoramente na mesma. Ou seja, depois das cheias de Dezembro do ano passado, continuam os amontoados de destroços sem que se tivessem iniciado as prometidas obras de remediação dos estragos. E, já agora, onde está o também prometido estudo que anunciaram para "muito breve" para orientar as tais obras de reconstrução?
Estamos a caminhar para o aniversário das cheias. E parece que ninguém aprendeu a lição. Parece que se está à espera de mais danos, mais prejuízos.
Mas nós não esquecemos as promessas, estamos e continuaremos a estar atentos.
O silêncio e a indiferença significaria pactuar com a vergonha da inacção dos responsáveis.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Já não há mais paciência


Já passaram mais de 150 dias sobre as cheias de finais do ano transacto e os seus efeitos persistem teimosamente.
Designadamente, junto ao Centro de Saúde de Rio Tinto, continuam montões de detritos e destroços e, o pior de tudo, o emissário de esgotos,então rebentado, que continua a vazar directamente para o rio.
O Movimento já alertou, por diversas vezes, para a urgência da resolução deste problema e de outros que as diversas entidades parecem empurrar entre si, num jogo de "pim-pam-pum" de todo insuportável.
A seguir às cheias, não faltaram promessas e criação de expectativas.
Haveria um estudo encomendado que viria rapidamente e que estabeleceria as regras de intervenção no local. para que as soluções fossem perduráveis.
Passado todo este tempo, há que perguntar: Onde está o estudo? Quem vai reparar os estragos?De que se está à espera?
O calor está a chegar. O caudal do rio vai, inevitavelmente, diminuir. O mau cheiro vai tornar-se insuportável. Os insectos vão proliferar.
Mas, a única coisa que parece ter mudado ali, foi a colocação de uma rede de protecção, provavelmente para evitar acidentes pessoais ou patrimoniais. Ou, então, o que será de muito mau agouro, pensa-se que as obras ainda vão demorar muito a iniciar-se.
Os riotintenses não podem aceitar este "assobiar para o lado" que os responsáveis parecem prosseguir. Vão ter que reclamar. Vão ter que se manifestar contra a persistência desta situação.
Já não há mais paciência.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Projectos Futuros

O tempo vai passando, as cheias já passaram e a recuperação não sai das intenções.

Na comunicação social, ainda que por vezes discordantes, vão surgindo notas sobre a adjudicação de estudos e projectos a técnicos e instituições acima de qualquer suspeita. Temos de acreditar que esses estudos vão ter utilidade, vão permitir conclusões e os projectos a surgir, brevemente no terreno, vão ser suportados nesses estudos.

A Câmara Municipal de Gondomar divulgou a apresentação de uma pré-candidatura para recuperação do rio Tinto ao Fundo de Protecção dos Recursos Hídricos. Fazemos votos para o seu sucesso, ainda que conscientes de que os montantes disponíveis no referido programa serão muito escassos para tudo o que há para fazer na bacia hidrográfica do rio Tinto.

Na nossa memória está a ausência, por parte da Câmara de Gondomar, mas também das de Valongo e do Porto, de candidaturas às anteriores edições do QREN e às significativas verbas nele disponíveis. Esse programa sim, deveria ter sido aproveitado para a reabilitação do rio Tinto. Investimentos com orçamentos à volta dos 100 000 euros não vão mudar o rio Tinto, mas queremos acreditar que podem ser o início de um projecto de requalificação de um rio icónico para a cidade de Rio Tinto e para a sua população.

Novas oportunidades não podem voltar a ser desperdiçadas. As cheias do passado Dezembro deram visibilidade ao rio Tinto, mas também mostraram as suas enormes vulnerabilidades e os seus problemas.

De uma vez por todas, os poderes municipais devem apresentar e pôr em pratica uma estratégia de recuperação do rio Tinto, começando a encurtar o longo caminho que falta percorrer.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

É preciso intervir rápida, profunda e consistentemente

Passados já bastantes dias sobre as nefastas consequências das cheias no rio Tinto de finais de Dezembro são ainda visíveis os danos delas resultantes.
Designadamente junto ao Centro de Saúde, na zona da Levada, a força das águas, a que se adicionaram detritos vários e, muito em particular, grandes tubagens provenientes das obras do Metro, trazidas de milhares de metros de distância, romperam as malhas de protecção que uma artificialização das margens colocou nesse local há alguns anos.
Ali, em pleno leito de cheia do rio, foi também implantado um emissário de saneamento, que ia desaguar na "famosa" ETAR do Meiral, o que, a nosso ver, representa mais um erro de planeamento que mais tarde ou mais cedo, iria causar nais malefícios ao rio.O que, de facto, aconteceu, pois, agora, esse emissário, atingido pelos efeitos atrás descritos, está, pura e simplesmente, a drenar para o rio. Como se vê nas imagens.


Também ali se pode ver um outro emissário, este de águas pluviais, que igualmente foi danificado, encontrando-se no estado que a seguir se documenta.
Pelo que tem sido noticiado, foi encomendado um estudo para que, naquela zona, se procedam às necessárias obras de reparação.
A oportunidade pode ser aproveitada para se corrigirem erros que ali foram sucessivamente  cometidos.
Esperamos, vivamente, que não haja a tentação de, com a justificação da falta de recursos, se proceder  a meros "remendos" que nada de fundo resolverão.
E é preciso, também, que a pretexto de se estudar a melhor solução, não se adiem as intervenções para " as calendas gregas".
É que já estamos quase com dois meses passados sobre os acontecimentos.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

E agora?


Neste local, à saída do troço entubado do rio, foram gastas muitas centenas de milhar de euros. A emparedar, a "domesticar" as margens, a fazer obras que os planeadores acharam que seriam uma excelente solução. Mas veio a cheia mais forte e a "solução" mostrou-se tão ineficaz que entrou em colapso.
E assim se gasta, ingloriamente, dinheiro dos contribuintes.
E agora, quem paga as favas?

domingo, 17 de janeiro de 2010

Tudo continua na mesma



Entre estas duas imagens, a primeira recolhida, junto do Centro de Saúde de Rio Tinto, no dia seguinte às cheias de 21 de Dezembro e a segunda, no mesmo local, quase um mês depois, que diferenças se notam?
A conclusão mais óbvia é que nada se passou ou, quando muito, os danos que elas reportam terão, até, aumentado.
E é verdade. Quase um mês após esses lamentáveis acontecimentos, os estragos continuam bem à vista de todos. Apesar das declarações de circunstância, nada se moveu até agora.
Parece que cada um dos responsáveis está à espera de que outro, que não ele, faça alguma coisa, e assim, tudo permanece na mesma.
Até quando?

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Matemáticas...

O Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal de Gondomar, em declarações à imprensa, a propósito das cheias de 21 de Dezembro e dos danos que elas provocaram, afirmou que as obras da nova linha do metro constituiram-se como um factor que "veio ajudar a agravar a situação em 70%". Como também afirmou que "ninguém esperava que numa noite e num dia chovesse tanto". "Essa é que foi a razão", depreende-se que os restantes 30% de responsabilidade pertenceram ao S. Pedro.
E esta precisão matemática foi conseguida apenas com um breve olhar sobre a realidade.
Qual auditoria pedida pela ARH, quais estudos que serão levados a cabo por especialistas em hidráulica fluvial?
O autarca não precisa dessas coisas, destas investigações de cientistas, para tirar conclusões. Para si, basta a "ciência da vida". Por isso, com toda a precisão, dividiu as percentagens de culpa. Não reservou nem "unzinho por cento" para si, para a Câmara, para a "pressão urbanística" já admitida pela ARH.
Pois é...Só que, apesar de tudo, as pessoas têm memória e o passado não se pode apagar assim de um momento para o outro, sem mais consequências.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Quando o rio fala mais alto, há quem seja obrigado a acordar...

Transcrevemos breves extractos desta notícia do JN:

A Região Hidrográfica do Norte pediu ontem à Faculdade de Engenharia uma auditoria para perceber como poderão ser reduzidos os riscos de cheias em Rio Tinto.

O presidente da ARH do Norte já admitiu que as obras do metro do Porto, para construção da linha Dragão/Venda Nova, são outro foco "de pressão fluvial sobre a zona de risco de cheias". "Não podemos ignorar que é uma questão adicional. Temos que procurar mitigar essa questão adicional", referiu Guerreiro Brito.
"É um claro conflito entre uso do solo e gestão da água. Estas casas em zonas de risco de cheias não deviam existir", declarou António Guerreiro Brito, recusando-se, porém, a defender demolições. Apenas disse que "a análise custos/benefícios pode ser efectuada" pela Câmara de Gondomar.
...
Embora continuem a aparecer responsáveis por muitos desmandos cometidos sobre o rio a “sacudirem a água do capote” e a lançarem as culpas para as “inesperadas intempéries” o certo é que o facto de o rio “ter falado “ mais alto, teve o condão de fazer acordar consciências.
E tudo isto deveria fazer com que alguns detractores do Movimento, alguns que, em diversos momentos tentaram denegrir a nossa imagem ,as nossas denúncias, os nossos apelos, os nossos receios, reconhecessem que, afinal tínhamos razão.
Há certas palavras que, mais tarde ou mais cedo, acabam por partir “telhados de vidro”.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Isto faz doer o coração de quem ama o rio

As recentes cheias do rio,com efeitos que a incúria e a irresponsabilidade de vários decisores ampliaram e tornaram desastrosos,atingiram uma das zonas mais bonitas do rio e que consideramos como que um seu "ex-libris":a levada da Vitória, com a sua singela mas belissima queda de água.
Aliás, este nosso blog é encimado, precisamente, por uma foto desse local.
Era assim:

Agora, desoladoramente, a levada desapareceu, a cascata não existe, o pontão que ficava logo ali e permitia cruzar de uma margem a outra, foi destruído.
Aqui era a cascata


Aqui havia o pontão
O rio jamais perdoará a quem por incúria, negligência, ignorância ou avidez, foi responsável por estas perdas que fazem doer o coração de quem ama Rio Tinto e o seu património.
Aquela queda de água, que atravessou gerações, séculos, sobreviveu a intempéries e a cheias tão ou mais violentas de que esta, agora ruíu..
Mas, se agora foi destruída num ápice, é porque houve actuações desastrosas a que o rio, inevitavelmente, teria de reagir.
Por isso, no mínimo, ele exige que, quem detem o poder e os meios para actuar, reponha, neste local, o mais possível do cenário anterior.
Há coisas que jamais poderão ser recuperadas no seu cariz inicial. Mas fazer uns remendos, assobiar para o lado e virar as costas ao passado é algo que não poderá ser admitido.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O rio também se zanga

Como aqui já temos dito várias vezes,maltratar os recursos naturais, terá sempre consequências.
No caso particular do nosso rio, despejar resíduos de forma clandestina e, sobretudo, ocupar os leitos de cheia com construções, taludes artificiais mal projectados e entubamentos forçados, são exemplos de actuações que, mais tarde ou mais cedo, acabarão por redundar em prejuízos mais ou menos graves.
No passado dia 21 de Dezembro, durante algumas horas,choveu intensamente em Rio Tinto.
Foi o suficiente para o rio, apertado por margens não naturais, galgar pontões, alagar e enlamear ruas, inundar casas, rebentar muros e grades,deixando atrás de si um rasto de danos e desolação.
As imagens que aqui deixamos, obtidas algumas horas depois do pico da cheia, dão uma ténue ideia do que se passou.


Esta situação, como foi reconhecido por muita gente (designadamente responsáveis da protecção civil) foi agravada pelas obras da ampliação da rede do metro.
Designadamente na zona das Perlinhas, o rio zangou-se a sério, levou vedações à sua frente, inundou caves, fez abater pavimentos.
E o entubamento que foi aqui implementado (e que alguns, estranhamente, teimam em considerar como provisório), para além de acrescentar mais um atentado contra-natura ao rio, parece estar, mesmo assim, subdimensionado. Veja-se a imagem que mostra o rio a aparecer à saída do referido entubamento, já quando as águas tinham descido significativamente e veja-se como o caudal está quase a bater no cimo. Será que, quando o Metro estiver em circulação e o rio se zangar de novo, não teremos aqui uma zona crítica?




Esperamos, vivamente, que estes lamentáveis acontecimentos, que deixaram em desespero muitas centenas de cidadãos, possam servir de lição.
Que os responsáveis e decisores possam olhar para estas ocorrências, com um olhar atento, inteligente e lúcido.
Porque , quer se queira quer não, o rio não perdoa a quem comete desmandos sobre a sua integridade.
E, quando se zanga, pode ser muito violento.