domingo, 26 de dezembro de 2010

Novo ano



Estamos a terminar mais um ano e eu, rio Tinto, não fujo à regra de fazer um balanço sobre aquilo que se passou e de formular votos para o Ano Novo que se aproxima.
Mas, no meu caso, o balanço não pode deixar de ser sombrio. Com efeito, passaram mais 365 dias e nada de positivo pude constatar que me fizessem aqueles que poderiam intervir para me devolver saúde alegria. Saúde e alegria com que, em tempos não muito distantes, convivi com gerações e gerações de riotintenses. Até que gente sem visão, sem sentimentos, sem escrúpulos, cometeram sobre mim atentados sem perdão.
Aliás, neste ano que passou, ao invés de se remediarem males que me fizeram, novas malfeitorias me acrescentaram.
Por outro lado, continuaram a deixar-me ao abandono, não corrigindo, por exemplo, os danos que, contra a minha vontade, sofri e provoquei nas cheias dos finais de 2009. Por exemplo, ali na zona da Levada, o desolador espectáculo de destruição, com montes de pedras e detritos, lá continua, sem que aqueles que, na altura, envergonhadamente prometeram estudos e reparações tenham feito algo de visível. Mais de um ano passado. Um ano!

Por tudo isso, e porque tenho idade suficiente para não alimentar falsas esperanças e porque já acumulei experiências amargas com a inactividade dos decisores responsáveis pelo meu estado, não auguro nada de muito bom para 2011. Temo que se passe mais um ano e eu, rio Tinto, continue abandonado por aqueles que se poderiam redimir, redimindo-me.
Mas, mesmo assim, quero fazer um esforço para desejar que,. no próximo ano, haja um rebate de consciências e apareçam acções concretas e fecundas, para se começar a inverter o estado de decadência a que me condenaram.
Sei que, apesar de tudo, ainda tenho muitos amigos, com os quais continuo a contar. Se dependesse apenas da sua vontade, sei que teria um excelente e próspero Ano Novo. Nesses, continuo a acreditar.E são esses amigos que, mesmo cansado e desiludido, me fazem partir para 2011 ainda com algumas esperanças.
Oxalá que não chegue ao final do próximo ano, ainda mais cansado, mais desiludido, mais pobre.

1 comentário:

Odele Souza disse...

Passo por aqui para te deixar um abraço e desejar que não percas a esperança.

Claro que quando lutamos, queremos ver logo os resultados de nossos esforços o que nem sempre ocorre. Mas defendo a luta, a ação, mesmo que não tenhamos retorno. O fato de reagirmos a uma situação com a qual não concordamos, já nos serve de algum alento.

Bom 2011!