quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Novas agressões sobre a ribeira da Castanheira

A Ribeira da Castanheira, pequena linha de água que desagua no rio Tinto, tem, gradualmente, sido alvo de agressões que têm conduzido a uma crescente contaminação das águas, com os consequentes riscos para o ambiente e para a saúde pública.
Aliás, basta reparar na tonalidade das águas , junto à nova linha do Metro, para se concluir que algo de muito grave se passa com a ribeira.
Há tempos, o Movimento em Defesa do Rio Tinto, alertou para a rotura de um emissário de esgotos, que ocorreu sob a passagem da linha do comboio (Douro e Minho). Esse incidente provocou uma grave poluição do curso de água, durante alguns meses. Recentemente, a situação foi corrigida mas, inexplicavelmente, a ribeira passou a exibir acrescidos níveis de contaminação. Com efeito, a montante do local onde se situa o emissário reparado, e onde há bem pouco tempo se podia ver o fundo do rio, as águas eram transparentes, agora o cenário é desolador.
De acordo com o testemunho de um agricultor da zona, que elementos do Movimento contactaram durante um visita em que se procurava encontrar razões para tal degradação, “antes via-se o fundo, a água era cristalina, até havia agriões e peixinhos, agora nada. Já nem utilizamos a água para regar” e apontando para a erva que cresce nas margens, “ esta tonalidade amarelada é da má qualidade da água”.
Subindo em direcção à nascente, passando pela zona de Rebordãos, seguindo quer pela levada, quer pela ribeira, a poluição é cada vez mais notória. Após a rotunda em direcção à Triana pela rua da Castanheira a ribeira faz o atravessamento da estrada vindo encontrar uma linha de água originária da zona de Santegãos. Nesse local, junto à estrada, deparamo-nos com uma autêntica cloaca.
Perante esta desoladora realidade, o Movimento em Defesa do Rio Tinto, alerta as entidades responsáveis (designadamente Câmara Municipal de Gondomar, Empresa Águas de Gondomar e Administração da Região Hidrográfica do Norte) para a premência e urgência de uma intervenção que, começando por investigar as razões deste desmando ambiental, rapida e eficazmente conduza às medidas indispensáveis para que se corrija a actual situação.
A Ribeira da Castanheira não pode continuar a ser um vazadouro de imundícies.
Pela nossa parte, continuaremos a acompanhar a situação, questionando as referidas entidades, dando conta,também, à população, da evolução da situação, apelando, ainda, à mobilização pública em defesa de um bem natural de usufruto colectivo,que terá sempre de ser preservado.

3 comentários:

Conceição Ferreira disse...

Nunca tinha reparado apesar morar ali perto, na Estrada Nova.
Na verdade uma vergonha!

O Nabo Cá do Sítio disse...

Pois, o "centrão" (PS+PSD), o "centrinho" de direita (CDS) e o "centrinho" de esquerda (BE) encarregam-se de fazer com que nós andemos tão entretidos com as nossas vidinhas - contra mim falo - que nem nos damos conta daquilo que se passa debaixo do nosso nariz.

Fernando Pinto disse...

Não vejo, e isso desagrada-me, interesse das pessoas que moram em Rio Tinto e no Porto em exigir a despoluição e protecção do rio.
É que enquanto isso não acontecer, nada se vai fazer, pois o rio não caberá nas pobres agendas dos responsáveis politicos.