sábado, 16 de junho de 2012

Adiámos a ação, mas, mesmo assim, vimos coisas...

Estava agendada para hoje uma caminhada pela Ribeira da Castanheira.
No entanto, dadas as chuvadas caídas durante a noite e parte da manhã, achou-se por bem adiar o evento, dado o alagamento e enlameamento de terrenos por onde iríamos caminhar.
Deste modo, a ação irá decorrer num sábado ainda a definir e a anunciar oportunamente.
Mas, mesmo assim, os cerca de dez "resistentes" que se concentraram junto do Centro de Saúde, resolveram fazer um breve passeio pelas imediações, durante o qual se puderam constatar alguns factos que mereceram atenção.
Logo ali, junto ao rio, uma brigada composta por alguns trabalhadores da empresa Águas de Gondomar e da empresa construtora das obras realizadas naquela zona, após as cheias de dezembro de 2009, com uma retroscavadora, procedia, ao que parece, à tentativa de reparar um coletor de esgotos há dias danificado pelo progressivo e contínuo aluimento do talude contíguo à via pública.
Este coletor, já conhecido por anteriores colapsos, estava, há dias, a drenar para o rio Tinto, dejetos oriundos de milhares de habitações com consequências desastrosas para o ambiente, desde logo sentidas pelo cheiro nauseabundo ali suportado por residentes, transeuntes e utentes do Centro de Saúde.

Esperamos que estas obras decorram rapida e eficientemente, Entretanto, se naquele local não se proceder a uma intervenção tecnicamente sistentada, de consolidação do talude, receia-se que novos danos surjam, designadamente ao nível do arruamento que tem vindo a abater, desde há cerca de ano e meio.
De registar que, na véspera deste dia, o Jornal de Notícias publicava uma extensa reportagem sobre estas anomalias. Por outro lado, estava prometida a presença, nesta zona, do nosso Movimento, para a adiada caminhada. Coincidências?

Mais adiante, estivemos a observar obras que decorrem, em ritmo acelerado,  ao lado da ribeira da Castanheira, num local onde existem ruínas de um antigo moínho, junto ao qual passámos durante a 5ª Caminhada pelo Rio Tinto.
Estas obras farão, ao que parece, parte da conclusão de uma via de acesso à rotunda do Parque Nascente e que irá atravessar, de modo desnivelado, a linha férrea.
Mais betão e alcatrão junto da ribeira e património anexo poderá significar, entre outras coisas, mais constrangimento para este troço do património natural. Será que o que resta do moínho vai resistir? E os destroços de uma antiga nora agrícola irão ser removidos juntamente com as montureiras de entulho e lixo que por ali se foi acumulando?
Estas obras levantam-nos muitas inquietações e interrogações que esperamos, em breve, ver esclarecidas.

2 comentários:

Anónimo disse...

É lamentável assistir à destruição do património "a bem do crescimento da cidade". É óbvio que cabe às entidades oficiais preservar e em consequência licenciar ou não as obras que ditam o crescimento da Cidade. As entidades oficiais não podem ficar impunes pelas negligências sucessivas.
As populações têm direito à fruição dos espaços verdes das linhas de águas, ao contacto com o património existente. O que será necessário fazer para que entendam que os cidadãos têm direitos e não vale tudo?

Anónimo disse...

Bem hajam pelo vosso trabalho persistente e interessado por um rio que tem muito para dar e que há-de dar frutos e bem - estar às populações de Rio Tinto e Campanhã.
Abraço
Fernando Pinto