domingo, 8 de julho de 2012

A VERDADE DOS FACTOS OU AFINAL QUEM CALUNIA?

O nosso último post motivou, por parte da Câmara Municipal de Gondomar – Pelouro do Ambiente, uma surpreendente reação, colocada em forma de comentário ao nosso texto. O tom irritado usado na “resposta” revela uma perturbação que só pode ser explicada por uma apressada leitura do nosso texto. Com efeito, acusar o Movimento da divulgação de “calúnias” e de ser composto por gente de “má indole” é demasiado grave para ser deixado sem resposta. Vamos, então, aos factos:
1 – No texto do post referimos que a Câmara Municipal de Gondomar, conforme nos foi corroborado pela CCDR-N, nunca apresentou qualquer candidatura a verbas do QREN. Sublinhamos verbas do QREN.
2 – Em 29 de Fevereiro de 2008, em reunião com o Senhor Vereador do Ambiente da CMG, este garantiu-nos que o Senhor Vice-Presidente estava a acompanhar o processo de candidatura do rio Tinto a verbas do QREN e que tudo estava a decorrer de molde a ser apresentada essa candidatura.
3 – No dia 6 de Abril ainda de 2008, no início da 2ª Caminhada pelo Rio Tinto, o Senhor Vereador continuava a afirmar que a candidatura estava em marcha. Convidado a proferir algumas palavras anunciando aos cerca de 600 presentes na iniciativa essa boa nova, até porque o prazo terminaria no dia seguinte, o autarca recusou essa oportunidade.
4 – Passados alguns dias, soubemos que a candidatura não tinha avançado.
5 – Vem agora a CMG , de modo indignado, referir que, desde 2010 (!!!???...) apresentou duas candidaturas ao Fundo de Proteção de Recursos Hídricos das quais foi aprovada uma, para intervenção na margem esquerda do rio. Mas mistura coisas distintas. Nós falamos em QREN , a Câmara fala do Fundo de Proteção.
6 – A intervenção referida não é, de modo nenhum, uma “reabilitação” mas sim uma reparação de danos causados pelas cheias de final de 2009. Danos que muito tiveram a ver com erros estruturais anteriormente cometidos. E reparação essa que foi conduzida de modo mal planeado e mal fiscalizado, o que, passado pouco tempo, obrigou a novas intervenções corretivas.
7 – A reabilitação do rio que sempre considerámos como essencial, tem a ver com a sua despoluição, com a renaturalização das margens, com a preservação do património adjacente. O que não se consegue com verbas da reduzida dimensão das referidas no comentário citado, gastas em obras pontuais.

Tendo em conta todos estes factos, só pode resultar a conclusão de que o Pelouro do Ambiente se precipitou ao produzir aquele comentário insultuoso. Então, se é mentira o que dizemos quando afirmamos que a CMG nunca se candidatou, em nome do Rio Tinto a verbas do QREN, a autraquia tem a oportunidade de comprovar a legitimidade da sua indignação. Então, dirá quando, em que moldes e com que resultados apresentou uma candidatura a essas verbas, não mistificando a situação com a referência a candidaturas de outro tipo, destinadas a remediar situações “imprevistas”.
Mas está ainda a CMG a tempo de emendar a mão. Em 2014, haverá possibilidade de novas candidaturas a verbas do QREN. Está a autarquia disposta, desde já, a integrar um processo para apresentação de uma candidatura de qualidade, que, desta vez, seja mesmo efetiva?

1 comentário:

Adérito disse...

O Pelouro do Ambiente da Câmara de Gondomar que foi tão rápido a responder à Parte I, está a demorar um pouco mais a dar resposta à Parte II... falta de tempo?, férias? …ou “andam aos papeis?”, para dar a resposta e comprovar aquilo que diz no referido comunicado! Pelo vistos podemos esperar sentados… que eles nada têm para declarar! Este post do Movimento é claríssimo e vem provar que a informação feita com ética e seriedade é um entrave à demagogia que está cada vez mais presente por parte daqueles que não conseguem justificar o injustificável!