Os recentes estudos elaborados pela Administração da Região Hidrográfica do Norte I.P (ARH do Norte), no âmbito do Plano de Gestão da Região Hidrográfica do Douro (PGRH do Douro), "premeiam" o rio Tinto como o afluente do Douro com piores níveis de contaminação (biológica, físico-químico, químico e hidromorfológica). O rio Tinto chega mesmo a ser referido como a única massa de água de toda a região classificada com o estado final de “Mau”.No relatório do PGRH do Douro é ainda possível “descobrir” que além de um estado ecológico “Mau”, resultado de incumprimento dos níveis de elementos como o oxigénio dissolvido, o azoto e o fósforo, o rio Tinto apresenta um estado químico “Insuficiente” por incumprimento dos níveis de Níquel.
Mas será isto realmente uma surpresa?
Não! Infelizmente, tal como o Movimento em Defesa do rio Tinto (MOVE Rio Tinto) tem alertado, o que a ARH do Norte agora tornou público há muito que é comprovado por quem conhece o rio Tinto.
Os níveis de poluição deste rio são elevados e para isso muito contribui o ineficaz tratamento do saneamento doméstico, realizado numa ETAR obsoleta e incapaz de dar resposta à densidade populacional da freguesia, e o quase nulo tratamento de efluentes agrícolas e industriais.
Mas o PGRH do Douro não denuncia só os problemas: o seu objectivo é também apontar caminhos de futuro e priorizar investimentos de forma a que em 2015, tal como preconizado pela Directiva Quadro da Água, se atinja o bom estado ecológico e químico de todas as massas de água da região hidrográfica.
Que medidas estão pensadas para o rio Tinto para em 2015 termos um rio que não seja o pior de toda a Região Hidrográfica do Douro?
Para começar, e para espanto do MOVE Rio Tinto, 2015 ainda não será o ano do ressurgimento do rio Tinto: segundo o PGRH do Douro, este rio só em 2027 terá uma classificação de “Bom” ao nível biológico e químico.
Mas ainda mais curioso é o caminho apresentado para essa reabilitação que, para a ARH do Norte, à semelhança de outras entidades com responsabilidades ao nível da gestão dos recursos hídricos e do saneamento da freguesia, como é o caso da Câmara Municipal de Gondomar e da empresa Águas de Gondomar, SA., passa pela reabilitação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) de Rio Tinto.
Há muito que o MOVE Rio Tinto se tem insurgido contra esta solução, considerando que não alterará o problema de fundo de uma ETAR que entrou em funcionamento em 1997 e que, oito anos depois da conclusão da sua construção, estava subdimensionada sendo a sua tecnologia considerada já obsoleta.
A Câmara Municipal de Gondomar, a Águas de Gondomar, SA e agora a própria ARH do Norte teimam em afirmar que a recuperação da referida ETAR é a solução para o rio Tinto. Um investimento superior a 4 milhões de Euros está previsto para “remendar” algo que é considerado obsoleto há mais de dez anos!
E para maior espanto de todos, pela informação a que o MOVE Rio Tinto teve acesso a obra prevista, e já em processo de concurso público, não vai trazer nenhuma alteração radical na instalação. Teremos assim a continuação de uma ETAR de tratamento secundário, que emitirá um efluente que impedirá que a água do rio Tinto seja sequer utilizada como água de rega.
O MOVE Rio Tinto considera que o rio Tinto merece mais do que uns meros remendos na ETAR actual!
Estamos perante um problema ambiental de dimensão inconcebível, face ao conjunto de conhecimentos científicos e técnicos conhecidos.
Estamos perante mais um bom exemplo da tremenda incapacidade que os responsáveis políticos e técnicos têm para enfrentar problemas deste tipo.
O PGRH do Douro é uma nova oportunidade de mudança da triste realidade que tem sido a gestão da bacia hidrográfica do rio Tinto. Mas, para isso, exigem-se mais do que mudanças cosméticas para apaziguar as consciências pesadas dos decisores políticos. É necessário mais e melhor e, acima de tudo, é necessário parar de desperdiçar recursos.
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sábado, 14 de janeiro de 2012
domingo, 12 de setembro de 2010
Um primeiro passo?
Depois de alguns anos a tentar colocar a requalificação do rio Tinto na agenda política, os primeiros frutos surgem. No passado dia 7 de Setembro foi assinado um protocolo de um conjunto de acções com o objectivo de reabilitar o rio Tinto. O investimento total desta obra é de cerca de 305 mil euros. O valor protocolado envolve, em partes idênticas, a Câmara Municipal de Gondomar, a empresa “Águas de Gondomar” e a Administração da Região Hidrográfica do Norte. O sinal positivo está relacionado com a envolvência de vários parceiros nesta iniciativa. A requalificação do rio Tinto é um problema complexo que necessita obrigatoriamente de encontrar fontes de financiamento diversas. O aspecto negativo relaciona-se com a escassez do investimento. O montante global envolvido só poderá ser visto como um primeiro e ténue passo no caminho da recuperação do rio Tinto. Por vezes o primeiro passo é o mais difícil. Esperamos que haja vontade política e meios financeiros para continuar esta cruzada.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
Reunião com a ARH
“Os rios são para usufruir, não para serem entubados e têm o nosso apoio. Tudo o que pudermos desentubar, vamos desentubar”. (afirmação do presidente Prof. António Guerreiro de Brito)
Um rio limpo e renaturalizado no centro da cidade foi um dos temas em análise na reunião pedida pelo Movimento à Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH N), no passado dia 1 de Fevereiro.
Apresentámos ao seu presidente (Prof. António Guerreiro de Brito) e a um responsável técnico (Engº Pimenta Machado) o alargado leque de problemas associados à recuperação deste recurso hídrico e à requalificação ecológica de todo o sistema fluvial: a falta de saneamento e as ligações ilegais, a ETAR de Rio Tinto, os licenciamentos em leito de cheia e a protecção dos espaços ribeirinhos, a requalificação e valorização das margens, a renaturalização e conservação dos ecossistemas.
Depois da devastação provocada pelas últimas cheias serão necessárias intervenções urgentes. Para além de outras acções pontuais, neste âmbito merece-nos especial destaque a recuperação do emissário de águas residuais que se encontra destruído em pleno leito do rio Tinto. A ARH N mostrou ter um conhecimento efectivo destes problemas estando a trabalhar para contribuir para a sua resolução.
Foram também abordadas as formas de financiamento e apoios para a concretização de projectos de recuperação do rio.
Ainda que algumas das questões colocadas, não dependam directa ou exclusivamente da ARH N, os seus responsáveis mostraram interesse e disponibilidade para promover, com o envolvimento dos municípios o tão falado, mas nunca concretizado, projecto de reabilitação do rio Tinto.
O presidente da ARH N elogiou quer os objectivos (que seriam subscritos pela ARH N) quer a participação e a cidadania incentivada pelo Movimento, fazendo votos para que o trabalho de esclarecimento e exigência de um rio limpo prossiga.
À ARH N cabe a competência plena sobre a gestão dos rios e a qualidade da água, para além do papel essencial no planeamento e valorização dos recursos hídricos. As limitações em recursos humanos e financeiros não podem impedir que os desafios colocados ao rio Tinto sejam vencidos por todos nós (ARH N, autarquias e comunidade).
Continuaremos empenhados em participar em todo o processo de requalificação, atentos quanto ao envolvimento e papel dos interessados e receptivos a um novo encontro daqui a seis meses para fazer o ponto da situação.
Um rio limpo e renaturalizado no centro da cidade foi um dos temas em análise na reunião pedida pelo Movimento à Administração da Região Hidrográfica do Norte (ARH N), no passado dia 1 de Fevereiro.
Apresentámos ao seu presidente (Prof. António Guerreiro de Brito) e a um responsável técnico (Engº Pimenta Machado) o alargado leque de problemas associados à recuperação deste recurso hídrico e à requalificação ecológica de todo o sistema fluvial: a falta de saneamento e as ligações ilegais, a ETAR de Rio Tinto, os licenciamentos em leito de cheia e a protecção dos espaços ribeirinhos, a requalificação e valorização das margens, a renaturalização e conservação dos ecossistemas.
Depois da devastação provocada pelas últimas cheias serão necessárias intervenções urgentes. Para além de outras acções pontuais, neste âmbito merece-nos especial destaque a recuperação do emissário de águas residuais que se encontra destruído em pleno leito do rio Tinto. A ARH N mostrou ter um conhecimento efectivo destes problemas estando a trabalhar para contribuir para a sua resolução.
Foram também abordadas as formas de financiamento e apoios para a concretização de projectos de recuperação do rio.
Ainda que algumas das questões colocadas, não dependam directa ou exclusivamente da ARH N, os seus responsáveis mostraram interesse e disponibilidade para promover, com o envolvimento dos municípios o tão falado, mas nunca concretizado, projecto de reabilitação do rio Tinto.
O presidente da ARH N elogiou quer os objectivos (que seriam subscritos pela ARH N) quer a participação e a cidadania incentivada pelo Movimento, fazendo votos para que o trabalho de esclarecimento e exigência de um rio limpo prossiga.
À ARH N cabe a competência plena sobre a gestão dos rios e a qualidade da água, para além do papel essencial no planeamento e valorização dos recursos hídricos. As limitações em recursos humanos e financeiros não podem impedir que os desafios colocados ao rio Tinto sejam vencidos por todos nós (ARH N, autarquias e comunidade).
Continuaremos empenhados em participar em todo o processo de requalificação, atentos quanto ao envolvimento e papel dos interessados e receptivos a um novo encontro daqui a seis meses para fazer o ponto da situação.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Reunião com a ARH
O Movimento em Defesa do rio Tinto, vai ser recebido na segunda-feira, dia 1 de Fevereiro, pelo presidente da Administração da Região Hidrográfica do Norte, I.P. (ARH do Norte, I.P.).
Esta reunião foi por nós solicitada, com o propósito de dar a conhecer o Movimento e os seus objectivos, de identificar problemas, de tomar conhecimento das medidas e respectiva calendarização com vista à reabilitação do rio Tinto e de todo o seu sistema hídrico.
A reunião será ainda aproveitada, para encetar uma futura cooperação em acções a articular no domínio da educação ambiental e sensibilização para a importância da defesa do nosso rio.
Oportunamente serão divulgadas mais notícias sobre os resultados desta reunião.
Esta reunião foi por nós solicitada, com o propósito de dar a conhecer o Movimento e os seus objectivos, de identificar problemas, de tomar conhecimento das medidas e respectiva calendarização com vista à reabilitação do rio Tinto e de todo o seu sistema hídrico.
A reunião será ainda aproveitada, para encetar uma futura cooperação em acções a articular no domínio da educação ambiental e sensibilização para a importância da defesa do nosso rio.
Oportunamente serão divulgadas mais notícias sobre os resultados desta reunião.
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