segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Esgotos devem ter tratamento terciário

No passado dia 20, o jornal PÚBLICO dava à estampa uma importante notícia sobre um estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA).
De acordo com o estudo, águas residuais urbanas tratadas nas respectivas estações podem disseminar bactérias multirresistentes a antibióticos que não são eliminadas no tratamento secundário que é feito.
Segundo explicou Alexandra Moura, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM) da Universidade de Aveiro, em Portugal só uma minoria das estações faz o tratamento terciário.
É o caso da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Freixo, no Porto, que já tem processos de ozonação e aplicação de lâmpadas de raios ultra-violeta.
Para ler o texto completo da notícia, pode clicar aqui.
Esta investigação acentua as razões pelas quais temos vindo a manifestar a nossa oposição à anunciada remodelação da ETAR do Meiral (que, actualmente, nem sequer um tratamento secundário de jeito efectua), sugerindo, em alternativa, a ligação do colector de esgotos que neste momento para lá encaminha os detritos, precisamente à ETAR do Freixo.
Perante esta sugestão, temos esbarrado com indiferenças e "passa-culpas" que não conseguimos compreender.
Mas ninguém, até hoje, conseguiu afirmar-nos que as nossas razões não são pertinentes. Então, se os técnicos comprovam a justeza dessas recomendações, por que é que os decisores políticos (e outros) não agem?

1 comentário:

Carlos Duarte Magalhães disse...

Adriano Bordalo e Sá, hidrobiológo do ICBAS, no Porto, vai para seis anos havia-nos revelado que “a legislação prevê a qualidade física e química do efluente libertado pelas ETAR, mas não a qualidade microbiológica”.
Ora, ainda que a tal lei o preveja, gastar dinheiro na dita remodelação sem resolver de forma eficaz o problema de saúde pública e ambiental do efluente lançado no rio, será um visto de incapacidade e da evidente falta de cooperação de todas as “autoridades competentes”.
A poluição extrema do rio Tinto, que apresenta a pior massa de água de toda a bacia do rio Douro, exige medidas e investimento das ditas “autoridades competentes”?! Diversos estudos técnicos e científicos apontam para a necessidade de tratamento terciário dos efluentes carregados de bactérias e de vírus até aqui rejeitados no rio Tinto.