terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Estivemos na Assembleia de Freguesia

Na segunda feira, 28 de Dezembro, através da companheira Marta Macedo, o  nosso Movimento, interveio, dentro do período destinado ao público, na reunião da Assembleia de Freguesia de Rio Tinto.
Manifestámos, então, as nossas opiniões sobre os lamentáveis acontecimentos do passado dia 21 de Dezembro, designadamento, apontando razões para o agravamento de danos causados por uma intempérie forte, é certo, mas já acontecida num passado mais ou menos recente com consequências menos pesadas. Entre essas razões, como já aqui temos dito, avultam decisões erradas, tais como o entubamento de parte significativa do rio, construções anárquicas em leitos de cheia e, mais recentemente, as obras de ampliação da rede de Metro, quanto a nós deficientemente planeadas e fiscalizadas.
Foi, entretanto, visível o incómodo  que a intervenção despertou em alguns presentes, mais concretamente, no seio da bancada da maioria que gere a Junta.
Nomeadamente, quando a nossa companheira fazia a sua intervenção, foi interrompida, por diversas vezes, pelo Presidente da Assembleia. pressionando-a para que a intervenção terminasse.
Produziu, mesmo, a certa altura, este dirigente uma afirmação que não pode deixar de se registar com espanto:
-"Agradeço que a menina não faça declarações políticas".
É mesmo espantosa esta afirmação.
Pois, que se fará num órgão do poder autárquico? Será lugar para se debaterem os sonetos de Camões ou as raízes etnográficas da chula do Minho?
É bem claro que, numa Assembleia de Freguesia, se debatem temas políticos. Por exemplo, os erros a que aludimos, partem de erros de decisão política. Como denunciá-los, sem denunciar os seus responsáveis (por acção ou omissão) ?
E é preciso que algumas personagens entendam que o Movimento em Defesa do Rio Tinto exerce um direito de intervenção cívica que é um direito político constitucionalmente assegurado.
Por vezes, e porque a nossa voz incomodará, de facto, alguns, tentam colar-nos um rótulo de itervenção partidária.
Essa é uma velha estratégia que, connosco, não resultará.
Continuaremos livres e independentes, a lutar por uma causa em que acreditamos. Debatendo, entre nós, diversas visões, para chegarmos aos consensos possíveis e necessários. Mas sem abdicarmos do objectivo fundamental: pugnar pela requalificação e renaturalização do nosso rio.
Nesse sentido, continuaremos a incomodar.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Isto faz doer o coração de quem ama o rio

As recentes cheias do rio,com efeitos que a incúria e a irresponsabilidade de vários decisores ampliaram e tornaram desastrosos,atingiram uma das zonas mais bonitas do rio e que consideramos como que um seu "ex-libris":a levada da Vitória, com a sua singela mas belissima queda de água.
Aliás, este nosso blog é encimado, precisamente, por uma foto desse local.
Era assim:

Agora, desoladoramente, a levada desapareceu, a cascata não existe, o pontão que ficava logo ali e permitia cruzar de uma margem a outra, foi destruído.
Aqui era a cascata


Aqui havia o pontão
O rio jamais perdoará a quem por incúria, negligência, ignorância ou avidez, foi responsável por estas perdas que fazem doer o coração de quem ama Rio Tinto e o seu património.
Aquela queda de água, que atravessou gerações, séculos, sobreviveu a intempéries e a cheias tão ou mais violentas de que esta, agora ruíu..
Mas, se agora foi destruída num ápice, é porque houve actuações desastrosas a que o rio, inevitavelmente, teria de reagir.
Por isso, no mínimo, ele exige que, quem detem o poder e os meios para actuar, reponha, neste local, o mais possível do cenário anterior.
Há coisas que jamais poderão ser recuperadas no seu cariz inicial. Mas fazer uns remendos, assobiar para o lado e virar as costas ao passado é algo que não poderá ser admitido.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O rio também se zanga

Como aqui já temos dito várias vezes,maltratar os recursos naturais, terá sempre consequências.
No caso particular do nosso rio, despejar resíduos de forma clandestina e, sobretudo, ocupar os leitos de cheia com construções, taludes artificiais mal projectados e entubamentos forçados, são exemplos de actuações que, mais tarde ou mais cedo, acabarão por redundar em prejuízos mais ou menos graves.
No passado dia 21 de Dezembro, durante algumas horas,choveu intensamente em Rio Tinto.
Foi o suficiente para o rio, apertado por margens não naturais, galgar pontões, alagar e enlamear ruas, inundar casas, rebentar muros e grades,deixando atrás de si um rasto de danos e desolação.
As imagens que aqui deixamos, obtidas algumas horas depois do pico da cheia, dão uma ténue ideia do que se passou.


Esta situação, como foi reconhecido por muita gente (designadamente responsáveis da protecção civil) foi agravada pelas obras da ampliação da rede do metro.
Designadamente na zona das Perlinhas, o rio zangou-se a sério, levou vedações à sua frente, inundou caves, fez abater pavimentos.
E o entubamento que foi aqui implementado (e que alguns, estranhamente, teimam em considerar como provisório), para além de acrescentar mais um atentado contra-natura ao rio, parece estar, mesmo assim, subdimensionado. Veja-se a imagem que mostra o rio a aparecer à saída do referido entubamento, já quando as águas tinham descido significativamente e veja-se como o caudal está quase a bater no cimo. Será que, quando o Metro estiver em circulação e o rio se zangar de novo, não teremos aqui uma zona crítica?




Esperamos, vivamente, que estes lamentáveis acontecimentos, que deixaram em desespero muitas centenas de cidadãos, possam servir de lição.
Que os responsáveis e decisores possam olhar para estas ocorrências, com um olhar atento, inteligente e lúcido.
Porque , quer se queira quer não, o rio não perdoa a quem comete desmandos sobre a sua integridade.
E, quando se zanga, pode ser muito violento.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vamos Limpar Portugal


O Projecto "Limpar Portugal" está em marcha.
Partindo do relato de um projecto desenvolvido na Estónia em 2008, um grupo de amigos decidiu colocar “Mãos à Obra” e propor “Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia”. Em poucos dias estava em marcha um movimento cívico que conta já com cerca de mais de 17000 voluntários registados.
O Movimento em Defesa do Rio Tinto, acaba de formalizar a sua adesão a esta iniciativa, assumindo-se como parceiro.
Nesse sentido, no dia 20 de Março, estará em marcha uma acção de limpeza do nosso rio, que decorrerá em locais a anunciar oportunamente.
Para conhecer mais pormenores e aderir a " Limpar Portugal", clique aqui.
São iniciativas como esta que demonstram que há gente capaz de intervir, exercendo direitos de cidadania, no combate aos atentados à saúde do planeta que terão rapidamente de ser eliminados, sob o risco de comprometermos irreversivelmente o nosso futuro colectivo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Avaliar é preciso


Num tempo em que tanto se fala de avaliação, é bem necessário avaliar o desenvolvimento das grandes obras, designadamente no que se refere aos impactos ambientais.
Como aqui temos largamente referido, em nosso entender, a Metro do Porto, na expansão da linha até Gondomar, não optou pelas melhores soluções tendo em conta a necessidade de não acrescentar danos à integridade do rio Tinto.
As explicações e justificações que tem adiantado, ainda não nos convenceram.
Será que, nesta sessão que agora reportamos, saberemos mais alguma coisa do que efectivamente se passa quanto à anunciada "regularização do rio" que a empresa tem garantido estar a processar-se ?
E, se isso é mesmo assim, de que regularização se está a falar. Novos entubamentos serão "regularizações" ?