segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As torres do nosso descontentamento

Conforme já aqui reportámos, a Câmara Municipal de Gondomar aprovou um Plano de Pormenor do Centro Cívico de Rio Tinto que, entre outras medidas, prevê a construção de quatro torres de onze andares  cada, nos terrenos do antigo Mercado Municipal.
Já nos pronunciámos contra esta decisão que julgamos ser mais um atentado, a somar a outros, contra o equlíbrio desta zona tão emblemática da nossa cidade.
Com efeito, aumentar a capacidade habitacional deste Centro de forma tão abrupta, seria um erro de consequências futuras irreparáveis. Ou seja, aquilo que poderia ser um verdadeiro Centro Cívico, com equipamentos e naturalidade postas ao dispor dos riotintenses, ficaria mais e mais distante, em favor de ávidos interesses imobiliários.
A não ser impedida a concretização destes planos,a ocupação e destruição das zonas de alagamento, da vegetação e da biodiversidade existente, pela maior densidade populacional, com o consequente aumento do número de veículos, trazendo consigo a poluição sonora e do ar, a degradação ambiental, descaracterizariam decisivamente toda aquela zona e por consequência, liquidariam sem retorno, todo o potencial ambiental e patrimonial do rio Tinto e da ribeira da Castanheira, símbolos vivos da nossa cidade.
Está nas nossas mãos erguer, perante estas ameaças, um muro de indignação que seja um obstáculo que impeça a realização de mais este atropelo.
Por nossa parte, não nos remeteremos ao silêncio.
Neste fim de semana, colocámos junto dos referidos terrenos, uma faixa que alerta os que por ali passam, para algo que, estando a tentar correr "no silêncio dos deuses" terá de ser divulgado para que possa encontrar , por parte da população (já que as entidades responsáveis, tais como a ARH e CCDRN parecem "encolher os ombros") a devida resistência.

domingo, 20 de novembro de 2011

Muitas interrogações

Caminhamos para o segundo aniversário das cheias no rio Tinto causadoras de avultados danos, que reportámos neste blog, designadamente nestes posts:
http://moveriotinto.blogspot.com/2009/12/o-rio-tambem-se-zanga.html
http://moveriotinto.blogspot.com/2009/12/isto-faz-doer-o-coracao-de-quem-ama-o.html
http://moveriotinto.blogspot.com/2010/01/e-agora.html
http://moveriotinto.blogspot.com/2010/01/tudo-continua-na-mesma.html
Ao longo do tempo fomos assistindo a indecisões e protelamentos, no que se refere à correcção desses danos.
Depois de muito tempo, junto do Centro de Saúde, foram realizadas algumas obras, no valor total de mais de 300 mil euros.
No entanto,no decorrer das mesmas, fomos constatando factos que nos suscitaram interrogações e perplexidades.
Com efeito, fomos vendo, para além da implantação dos habituais muros da gabiões na margem esquerda, o atapetamento do leito do rio com grandes pedras, crescendo de tamanho e densidade até ao local onde se erguia a antiga e emblemática Levada da Vitória.
Por outro lado, nesse mesmo local onde permaneceu, durante largas dezenas de anos, a represa (ícone do nosso Movimento) que, entre várias funções, continha as águas para, designadamente alimentar os moinhos e que era assim
construiu-se um "arremedo de levada", com um inestético amontoado de pedras ligadas por argamassa, ficando o rio a correr, junto da base, por um orifício de pequenas dimensões.
Como dissemos, as interrogações que nos assaltaram foram diversas. Que estudos foram feitos para conduzirem a estas soluções? Que justificações de ordem técnica se adiantam para se implementarem estas obras? Será que tudo isto que foi feito funcionará quando o caudal do rio aumentar?
O que é certo é que, passado pouco tempo sobre a conclusão das obras, umas chuvadas mais fortes vieram pôr em causa estas soluções.
Com efeito, as pedras no no leito do rio, não travaram a força das águas, a "nova levada" não resistiu e desmoronou-se em parte.
Entretanto, os taludes junto à artéria fronteira ao Centro de Saúde, começam a dar sinais de decomposição, com a erosão a levar as terras encosta abaixo, até ao rio.
Mas há um dado fundamental a não esquecer: a bem visível aceleração das águas à saída do triste entubamento  a que se somaram  dispendiosas intervenções posteriores de todo questionáveis e que desnaturalizaram absurdamente o nosso rio, o que pode explicar muitas das fragilidades desta zona.

Mais recentemente a tal "levada"  foi reparada, estando agora o rio a correr por cima da parede. Será que, desta vez se vai aguentar?

Perante todos estes factos, há que obter respostas que esclareçam as razões que continuam a presidir às soluções de engenharia que são adoptadas nas intervenções que são feitas no rio.
O rio bem vai enviando as suas mensagens, faz ouvir a sua voz. Será que está a ser devidamente entendido?
Que fale quem é responsável por estas intervenções.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

III Encontro Nacional do Projecto Rios


19 de Novembro 2011 Leiria

Para mais informações, designadamente Programa e Ficha de Inscrição aceder a



quarta-feira, 9 de novembro de 2011

RIO TINTO - contributo das linhas d'água para a biodiversidade

No passado dia 28 de outubro na Exponor, foram apresentadas as conclusões resultantes do projecto "RIO TINTO - contributo das linhas d'água para a biodiversidade" desenvolvido por alunos da Escola Secundária de Rio Tinto, com a orientação dos professores Natália Ferreira, Márcia Pacheco e Miguel Viveiros e apoiado pela fundação Ilidio de Pinho, no âmbito do Programa Ciência na Escola.
No desenvolvimento deste projecto foram, designadamente, efectuadas análises às águas do rio Tinto.
Aqui deixamos uma palavra de louvor a estes alunos e a estas professoras que demonstram estar atentos e acarinhar a ideia de conhecer mais profundamente o ambiente próximo, primeiro passo no sentido da sua preservação e requalificação.
Assim se mostra que nas escolas existe trabalho muito positivo em torno das questões ambientais, facto que o Movimento em Defesa do Rio Tinto muito enaltece, sabendo que é de importância fundamental depositar nas novas gerações as sementes de um mundo melhor e mais limpo que todos devemos querer ver concretizado.

sábado, 5 de novembro de 2011

Visita aos moinhos

Conforme estava anunciado, realizou-se hoje uma visita ao que resta de alguns dos moinhos que funcionaram, em tempos, no rio Tinto.
A concentração fez-se junto da Casa da Juventude na Quinta das Freiras. Reunimos cerca de meia centena de participantes.
A primeira paragem aconteceu junto das ruinas de um belo moinho, anexo à Ribeira da Castanheira,junto da linha ferroviária, que poderá estar perto do bicentenário.

Logo adiante, vimos os restos de uma azenha que ali permitia, em tempos, a rega de terrenos de cultivo.
Mas esta peça do património associado ao rio está seriamente ameaçada. Para lá do estado de abandono presente, a continuar a deposição de entulhos ali no final de uma estrada inacabada que pretende ligar uma rotunda da Estrada Nova ao Parque Nascente, o que resta da azenha será sepultado.
Dali, fomos para a zona da Levada, passando junto da nova linha do Metro. Segundo memórias de participantes menos jovens, ali houve também um moinho.
Parámos por alguns minutos, junto do Moinho da Vitória (assim denominado por ser esse o nome de uma antiga moleira e também de uma sua filha, que ali habitaram).

O Senhor António, que vive actualmente neste moinho, recordou tempos idos, em que havia por ali "11 mós" que moiam milho e centeio.
Ao todo, naquela zona, teriam trabalhado cerca de 7 engenhos.
Referiu-se também às recentes obras que foram efectuadas na sequência das cheias de 2009 e que conduziram à construção de um arremedo de levada, junto da sua pequena horta, que, nos últimos dias, por acção de chuvas mais fortes está a desmoronar-se. "Eu bem os avisei", diz, indignado este habitante, velho conhecer do rio. (havemos de voltar a este triste assunto).
A caminho do final da visita, ainda nos deparámos com mais uma avaria no colector que conduz esgotos para a malfadada ETAR de Rio Tinto , situação que estava a ser alvo de intervenção de uma brigada da Águas de Gondomar.Uma motobomba retirava efluentes da conduta e vertia-os no rio.

O final desta acção decorreu junto de um antigo núcleo habitacional ribeirinho, hoje de todo abandonado e degradado, onde o Arquitecto Mário Mesquita teceu algumas pertinentes considerações acerca dos modelos de cidade que pretendemos e que devem incluir o património natural, posto ao serviço dos cidadãos.
Declarou-se contrário à "musealização" do rio e referiu a necessidade de se ouvirem as pessoas, num processo colectivo de discussão com vista à obtenção das melhores soluções de ordenamento dos territórios.
No final de mais esta acção, Carlos Duarte e Fernando Garrido, em nome do Movimento em Defesa do Rio Tinto que a promoveu, teceram algumas considerações, designadamente em torno de uma proposta entretanto ali surgida, de se constituir um grupo de trabalho que proceda à inventariação do património municipal.
Depois de se agradecer a presença dos amigos do rio que participaram na visita, foram referidas outras iniciativas que estão em curso.
Até breve!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Visita aos moinhos


Vamos visitar peças do património associado ao rio que dá nome à cidade de Rio Tinto que urge recuperar para que uma parte importante da nossa memória colectiva não se perca definitivamente


terça-feira, 1 de novembro de 2011

Acções adiadas e Visita aos moinhos

Por imprevistos de última hora, relacionados com razões de ordem técnica e organizacional, as acções relacionadas com a ETAR de Rio Tinto, previstas para os próximos dias 2 e 3, ficam adiadas para data a comunicar posteriormente.

Entretanto mantém-se, para o próximo sábado, a visita aos moinhos, tendo em vista a observação de peças do património associado ao rio Tinto, de valor inestimável, e que urge recuperar e conservar.