sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Movimento em defesa do rio Tinto recorre ao DIAP

Desde o início do processo de construção da linha de Metro entre o Estádio do Dragão e a Venda Nova, que o Movimento em Defesa do Rio Tinto manifestou um conjunto de preocupações que tinham a ver com o traçado deste indispensável equipamento no que se refere à coexistência, o mais harmoniosa possível, com o rio.
À medida que fomos tendo conhecimento do desenvolvimento do empreendimento, designadamente na fase de projecto e já depois do início das obras no terreno, as preocupações foram aumentando.
Em conformidade, fomos adiantando sugestões, fomos procurando esclarecer dúvidas, tentámos sensibilizar os decisores para a necessidade de, atempadamente, se evitarem colisões desnecessáras ou mesmo ambientalmente erradas.
Solicitámos reuniões à Administração da Empresa Metro do Porto e à própria Câmara Municipal de Gondomar que nunca vieram a ser concedidas.
Na fase em que as obras estão, já não restam dúvidas de que, ao invés do que, em dada altura se fez crer, as obras da nova linha, estão a agravar claramente os atentados à integridade do rio, designadamente promovendo o entubamento de mais umas largas dezenas de metros.
Esta é a gota de água que faz transbordar a nossa indignação. Assim, esgotadas todas as possibilidades de sermos esclarecidos sobre as razões daquilo que consideramos serem desmandos operados sobre um bem natural decisivo na história e património da cidade, decidiu o Movimento avançar para a intervenção junto das autoridades judiciais.
Deste modo, acaba de remeter ao D.I.A.P. (Departamento de Investigação e Acção Penal) do Ministério Público, um pedido de averiguação sobre a legalidade de todo o processo relativo ao traçado do metro em Rio Tinto, nomeadamente, quanto às zonas RAN e REN e grave mutilação da integridade do bem natural e público que é o rio Tinto. Também sugerimos que se averigue a legalidade do novo entubamento e a desconformidade entre a declaração de impacto ambiental e a execução da obra, com a eliminação de várias dezenas de metros do leito natural do rio.
E porque não nos vamos conformar, assistindo impavidamente, aos novos atentados que o nosso já tão sacrificado rio continua a sofrer, decidimos também enviar exposições de teor semelhante à Agência Europeia do Ambiente, INSTITUTO DA ÁGUA, I. P., (INAG, I.P.) e ARH Norte (Administração da Região Hidrográfica do Norte).
Não aceitando a chamada "política do facto consumado", passamos, pois, a uma nova fase da luta em defesa do nosso rio, razão de ser deste Movimento que nasceu do exercício dos direitos de cidadania de que um largo conjunto de cidadãos não abdica.
Como temos vindo a dizer,
Se outros calam, falemos nós!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma dura realidade

A recente caminhada até à nascente do rio, fez-nos constatar a dura realidade. Ali não há água a brotar. Ali, tudo está desoladoramente seco.
Por isso, se, mais para baixo, há um caudal visível, é legitimo concluirmos que, afinal, o que parece ser um rio, não é mais do que um esgoto a céu aberto.
Há responsáveis por esta situação.
Que têm de ser denunciados, persistententemente.
A denegação do nosso património natural, não pode ficar impune.
Da próxima Conferência de Copenhaga, a realizar em Dezembro, espera o Mundo medidas concretas que possam inverter o estado de degradação do ambiente a que estamos a assitir.
Mas, para além das grandes cimeiras, há toda uma mudança de mentalidades e atitudes, que deve começar por se expressar nas aparentemente pequenas batalhas que travamos bem perto das nossas casas.
A batalha pela recuperação do rio Tinto, é uma delas.
E dessa batalha não abdicaremos!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar


Sabemos que as alterações climáticas estão em marcha e vão afectar-nos a todos.
Sabemos, também, agora, que 350 é o nível seguro de carbono na atmosfera.

Por isso, no dia 24 de Outubro, às 15h vamo-nos unir e reclamar aos líderes mundiais a resolução da crise climática

Junta-te à maior acção pelo clima que o mundo já alguma vez viu!
Se puderes, leva uma t-shirt branca

Com acções em Gaia, em Lisboa e no resto do planeta.
Inscreve-te em
http://earthcondominium.wordpress.com/350/ , onde podes conhecer mais pormenores sobre a iniciativa e passa a mensagem!

sábado, 17 de outubro de 2009

Caminhada até à nascente do rio

Fomos cerca de quarenta. Caminhámos durante mais de quatro horas, percorrendo mais de uma dúzia de quilómetros.

Começámos junto do antigo Mercado de Rio Tinto.

Na parte inicial, fomos parando junto das obras do Metro, onde confirmámos a existência de diversos novos atentados à integridade do rio, que aqui já temos reportado.


Aqui, na zona da Lourinha/Perlinhas, esses atentados são mais patentes e mais graves.

Caminhando para montante, vamos "coleccionando" exemplos de descargas poluidoras, a drenarem directamente para o rio.Caminhámos por entre campos e mato, seguindo o curso do rio

O leito vai estreitando, o caudal vai sendo menor, mas a poluição, está sempre presente.

As contribuições indesejáveis, não param.
Aqui, já perto da nascente, quase não há água. Mas lixo, há certamente...


A poucos metros do nosso destino, só podemos ver um desolador leito seco.
Mas os tubos de descargas ilegais, continuam impunes.
Um último obstáculo que se transpõe com uma ajuda solidária...
E lá chegámos ao nosso objectivo.
Nesta zona , quase escondida, nasce o nosso querido rio.

Mas, da nascente já não brota a água original.
Tudo está seco.
Desoladoramente seco.
Que fizeram de ti, meu rio?
Uma lixeira. Um amontoado de erros ambientais. Uma infindável teia de interesses obscuros, de incúrias inadmissíveis, de negligências condenáveis.
Tapar o rio, escondê-lo dos nossos olhos, parece ser a solução encontrada por decisores a quem ela convirá. Ou por quem, menos informado ou já desesperado por ter de conviver com as consequências degradantes da poluição que assoberba o rio, concede, com o seu desespero, mais um pretexto para novos desmandos.
Mas nós, cá estaremos. Com uma voz que poderá parecer idealista ou mesmo insignificante.
Mas, quanto mais não seja para ficarmos com a nossa consciência limpa, não nos calaremos.
Se outros calam, falemos nós.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Obras do Metro- se outros calam, falemos nós 6

No sábado, contamos consigo!
Concentração junto do antigo mercado de Rio Tinto 9h30

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Obras do metro- se outros calam, falemos nós 5

Por aqui, andámos na Primeira Caminhada em Defesa do Rio Tinto

Mas já não poderemos voltar a circular por ali como dantes.
Há betão e mais betão a fechar o caminho e a sepultar mais um bocado do nosso rio.

Em nosso entender havia outras soluções para evitar mais este atropelo à integridade do nosso rio.Houve expectativas criadas por "quem de direito", que afirmavam que "nem mais um metro de rio seria entubado". Mas, afinal, o que se vê no terrenos frustra as expectativas.

No próximo Sábado, vamos confirmar estas e outras situações, com as quais não nos conformamos.Por isso, precisamos que estejas presente na nossa próxima acção.

Sábado às 9h30

concentração junto do antigo mercado de Rio Tinto, para uma caminhada à até à nascente do rio, com passagens pelos locais das obras do metro que conflituam com este precioso bem natural

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Obras do metro- se outros calam, falemos nós 4


Perante os novos atentados que têm sido cometidos contra o rio, como aqui temos denunciado, mais do que nunca é importante participar nesta actividade.
Para lá de podermos conhecer um pouco melhor o nosso rio Tinto, esta será também uma forma de não calarmos a nossa voz de protesto.
Se outros calam,
falemos nós!

sábado, 3 de outubro de 2009

Obras do metro- se outros calam, falemos nós 3

A “Linha Dragão-Venda Nova” não será Verde, mas Negra!
Obras do Metro roubam centenas de metros de rio à cidade de Rio Tinto

As obras para a construção da linha de Metro, importante equipamento que servirá uma parte de Rio Tinto, prosseguem, designadamente em zonas que têm muito a ver com o nosso rio.
Para além da total rejeição de propostas do Movimento e da recusa em nos responder ou receber, quer a Administração da Metro quer o presidente da CMG têm de ser responsabilizados pelos danos desastrosos e irreversíveis causados ao rio Tinto, ao património natural e cultural.
A razão cabia-nos, quando defendemos que a cidade de Rio Tinto, em especial os autarcas da Junta e da Assembleia de Freguesia de Rio Tinto, tinha que acompanhar a execução de uma obra tão pesada, que ia certamente conflituar com o rio. De facto, pelas provas dadas pelos responsáveis da CMG (entidade licenciadora da obra), na (des)protecção e desprezo dos escassos recursos disponíveis, temíamos o pior. E esse pior está a acontecer.
Os que na altura confiaram e depositaram nas boas mãos da Metro e dos responsáveis da CMG a condução do processo, negando ou ignorando várias soluções apresentadas pelo Movimento, são co-responsáveis:
- pela não concretização de uma reabertura na infra-estrutura do "célebre entubamento" para trazer o rio à convivência da cidade, junto da Quinta das Freiras;
- pelo entubamento de mais umas centenas de metros do rio Tinto, entre a rua da Lourinha e a Esc. Básica 2,3 nº 2 de Rio Tinto;
- pela destruição de pelo menos um moinho centenário;
- pelo delineamento de políticas e prioridades que não são do interesse da cidade, do ambiente e da nossa liberdade e qualidade de vida.
Como afirmou Abraham Lincoln, “ficar em silêncio quando deveriam protestar faz parte dos homens cobardes”. A rectidão exige que se fale de um desastroso e injusto erro cometido contra o rio Tinto e os Riotintenses, denunciando os poderosos interesses instituídos que colidem com a vida de uma cidade de futuro, que pressupõe, antes de mais, a existência de um ambiente e um ordenamento do espaço para todos, em consonância com as memórias e o património local.
Precisamos de acordar e assegurar a nossa liberdade de escolha, garantindo um papel apropriado na gestão dos interesses públicos.
O Movimento em Defesa do Rio Tinto vai prosseguir, através de todos os meios ao seu alcance, com a denúncia do recurso à mentira, à ilusão e à manipulação, como forma de colocar obstáculos aos desejos de mudança e bem-estar.
Estar atento e não calar o que outros cobardemente silenciam, mais do que um direito é um dever de consciência e de cidadania.

Rio Tinto, 2009-10-03
O Movimento em Defesa do Rio Tinto