terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Estivemos na Assembleia de Freguesia

Na segunda feira, 28 de Dezembro, através da companheira Marta Macedo, o  nosso Movimento, interveio, dentro do período destinado ao público, na reunião da Assembleia de Freguesia de Rio Tinto.
Manifestámos, então, as nossas opiniões sobre os lamentáveis acontecimentos do passado dia 21 de Dezembro, designadamento, apontando razões para o agravamento de danos causados por uma intempérie forte, é certo, mas já acontecida num passado mais ou menos recente com consequências menos pesadas. Entre essas razões, como já aqui temos dito, avultam decisões erradas, tais como o entubamento de parte significativa do rio, construções anárquicas em leitos de cheia e, mais recentemente, as obras de ampliação da rede de Metro, quanto a nós deficientemente planeadas e fiscalizadas.
Foi, entretanto, visível o incómodo  que a intervenção despertou em alguns presentes, mais concretamente, no seio da bancada da maioria que gere a Junta.
Nomeadamente, quando a nossa companheira fazia a sua intervenção, foi interrompida, por diversas vezes, pelo Presidente da Assembleia. pressionando-a para que a intervenção terminasse.
Produziu, mesmo, a certa altura, este dirigente uma afirmação que não pode deixar de se registar com espanto:
-"Agradeço que a menina não faça declarações políticas".
É mesmo espantosa esta afirmação.
Pois, que se fará num órgão do poder autárquico? Será lugar para se debaterem os sonetos de Camões ou as raízes etnográficas da chula do Minho?
É bem claro que, numa Assembleia de Freguesia, se debatem temas políticos. Por exemplo, os erros a que aludimos, partem de erros de decisão política. Como denunciá-los, sem denunciar os seus responsáveis (por acção ou omissão) ?
E é preciso que algumas personagens entendam que o Movimento em Defesa do Rio Tinto exerce um direito de intervenção cívica que é um direito político constitucionalmente assegurado.
Por vezes, e porque a nossa voz incomodará, de facto, alguns, tentam colar-nos um rótulo de itervenção partidária.
Essa é uma velha estratégia que, connosco, não resultará.
Continuaremos livres e independentes, a lutar por uma causa em que acreditamos. Debatendo, entre nós, diversas visões, para chegarmos aos consensos possíveis e necessários. Mas sem abdicarmos do objectivo fundamental: pugnar pela requalificação e renaturalização do nosso rio.
Nesse sentido, continuaremos a incomodar.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Isto faz doer o coração de quem ama o rio

As recentes cheias do rio,com efeitos que a incúria e a irresponsabilidade de vários decisores ampliaram e tornaram desastrosos,atingiram uma das zonas mais bonitas do rio e que consideramos como que um seu "ex-libris":a levada da Vitória, com a sua singela mas belissima queda de água.
Aliás, este nosso blog é encimado, precisamente, por uma foto desse local.
Era assim:

Agora, desoladoramente, a levada desapareceu, a cascata não existe, o pontão que ficava logo ali e permitia cruzar de uma margem a outra, foi destruído.
Aqui era a cascata


Aqui havia o pontão
O rio jamais perdoará a quem por incúria, negligência, ignorância ou avidez, foi responsável por estas perdas que fazem doer o coração de quem ama Rio Tinto e o seu património.
Aquela queda de água, que atravessou gerações, séculos, sobreviveu a intempéries e a cheias tão ou mais violentas de que esta, agora ruíu..
Mas, se agora foi destruída num ápice, é porque houve actuações desastrosas a que o rio, inevitavelmente, teria de reagir.
Por isso, no mínimo, ele exige que, quem detem o poder e os meios para actuar, reponha, neste local, o mais possível do cenário anterior.
Há coisas que jamais poderão ser recuperadas no seu cariz inicial. Mas fazer uns remendos, assobiar para o lado e virar as costas ao passado é algo que não poderá ser admitido.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O rio também se zanga

Como aqui já temos dito várias vezes,maltratar os recursos naturais, terá sempre consequências.
No caso particular do nosso rio, despejar resíduos de forma clandestina e, sobretudo, ocupar os leitos de cheia com construções, taludes artificiais mal projectados e entubamentos forçados, são exemplos de actuações que, mais tarde ou mais cedo, acabarão por redundar em prejuízos mais ou menos graves.
No passado dia 21 de Dezembro, durante algumas horas,choveu intensamente em Rio Tinto.
Foi o suficiente para o rio, apertado por margens não naturais, galgar pontões, alagar e enlamear ruas, inundar casas, rebentar muros e grades,deixando atrás de si um rasto de danos e desolação.
As imagens que aqui deixamos, obtidas algumas horas depois do pico da cheia, dão uma ténue ideia do que se passou.


Esta situação, como foi reconhecido por muita gente (designadamente responsáveis da protecção civil) foi agravada pelas obras da ampliação da rede do metro.
Designadamente na zona das Perlinhas, o rio zangou-se a sério, levou vedações à sua frente, inundou caves, fez abater pavimentos.
E o entubamento que foi aqui implementado (e que alguns, estranhamente, teimam em considerar como provisório), para além de acrescentar mais um atentado contra-natura ao rio, parece estar, mesmo assim, subdimensionado. Veja-se a imagem que mostra o rio a aparecer à saída do referido entubamento, já quando as águas tinham descido significativamente e veja-se como o caudal está quase a bater no cimo. Será que, quando o Metro estiver em circulação e o rio se zangar de novo, não teremos aqui uma zona crítica?




Esperamos, vivamente, que estes lamentáveis acontecimentos, que deixaram em desespero muitas centenas de cidadãos, possam servir de lição.
Que os responsáveis e decisores possam olhar para estas ocorrências, com um olhar atento, inteligente e lúcido.
Porque , quer se queira quer não, o rio não perdoa a quem comete desmandos sobre a sua integridade.
E, quando se zanga, pode ser muito violento.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vamos Limpar Portugal


O Projecto "Limpar Portugal" está em marcha.
Partindo do relato de um projecto desenvolvido na Estónia em 2008, um grupo de amigos decidiu colocar “Mãos à Obra” e propor “Vamos limpar a floresta portuguesa num só dia”. Em poucos dias estava em marcha um movimento cívico que conta já com cerca de mais de 17000 voluntários registados.
O Movimento em Defesa do Rio Tinto, acaba de formalizar a sua adesão a esta iniciativa, assumindo-se como parceiro.
Nesse sentido, no dia 20 de Março, estará em marcha uma acção de limpeza do nosso rio, que decorrerá em locais a anunciar oportunamente.
Para conhecer mais pormenores e aderir a " Limpar Portugal", clique aqui.
São iniciativas como esta que demonstram que há gente capaz de intervir, exercendo direitos de cidadania, no combate aos atentados à saúde do planeta que terão rapidamente de ser eliminados, sob o risco de comprometermos irreversivelmente o nosso futuro colectivo.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Avaliar é preciso


Num tempo em que tanto se fala de avaliação, é bem necessário avaliar o desenvolvimento das grandes obras, designadamente no que se refere aos impactos ambientais.
Como aqui temos largamente referido, em nosso entender, a Metro do Porto, na expansão da linha até Gondomar, não optou pelas melhores soluções tendo em conta a necessidade de não acrescentar danos à integridade do rio Tinto.
As explicações e justificações que tem adiantado, ainda não nos convenceram.
Será que, nesta sessão que agora reportamos, saberemos mais alguma coisa do que efectivamente se passa quanto à anunciada "regularização do rio" que a empresa tem garantido estar a processar-se ?
E, se isso é mesmo assim, de que regularização se está a falar. Novos entubamentos serão "regularizações" ?

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Ainda que ilusioriamente inelutável

Neste espaço, para além de notícias, apelos, desabafos, ecos das actividades do MoveRioTinto, há também lugar para darmos à estampa, colaborações diversas que nos cheguem, directa ou indirectamente relacionadas com o nosso rio ou com a defesa do ambiente em geral.

Neste contexto, divulgamos hoje um texto poético da autoria de Carlos Duarte Magalhães:

Ainda que ilusoriamente inelutável
Não te deixaremos cair no esquecimento.
Sim rio Tinto, o esquecimento!
Esse mal, “o maior mal do mundo”...
Por ti...
Combateremos contra a forma decadente que te impõem,
Não apenas de faz-de-conta, mas visivelmente hipócrita.
Por ti,
Denunciaremos os invisíveis duplos e cúmplices dos actos
Que te menosprezam e agridem, e te escondem.
Por ti...
Empregaremos o espírito e a ousadia de te enaltecer
Por ti
Arriscaremos desfazer o cepticismo, o cinismo
E o bom-senso político-cultural, que de ti nos tem afastado
E permitem, que sejas um escudo útil.
De escudos lembras-te tu
E melhor que ninguém!
E dos homens que, empunhando-os caíram
E te mancharam com o seu sangue.
E tu, rio Tinto,
Continuaste a correr lavando a dor e de cabeça erguida,
Foste fonte de vida e pão dos homens que te adoptaram.
Por ti, rio Tinto,
Estaremos contigo!
Por ti perguntamos,
Quando se dispõe a turba, a multidão que te fere,
A abrir-te a porta do “bunker” em que te querem meter?


Carlos Duarte Magalhães

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Mais ecos

Continuamos a divulgar ecos que a iniciativa do Movimento em Defesa do Rio Tinto junto do DIAP motivou.
Hoje referimos a crónica do ambientalista Bernardino Guimarães, publicada no Jornal de Notícias, no passado dia 10.
Transcrevemos a parte inicial deste texto:
"A denúncia de graves atentados contra o rio Tinto na construção da linha de metro de Gondomar, apresentada por cidadãos agrupados no Movimento em Defesa desse rio, revelou novos casos de insensibilidade ambiental. O entubamento de rios e ribeiros não é prática que se possa considerar defensável. Necessário é, pelo contrário, renaturalizar os cursos de água e suas margens, tornar esses «corredores ecológicos» por excelência, acessíveis ao pleno usufruto público, cumprindo as suas funções naturais.O que se passa, pelos vistos, no rio Tinto parece recuperar atitudes e processos errados, comprovadamente lesivos do património natural e do próprio bem-estar das populações.Mais doloroso é ainda constatar isso, tratando-se das obras de construção de mais um eixo essencial na expansão do Metro do Porto, indispensável e de inegáveis efeitos positivos, sociais e ambientais. Razão que deveria acrescer ao cuidado com que são olhadas e tratadas as realidades do meio que é afectado pelo novo traçado. Responsabilidade maior para uma empresa que pretende resultados excelentes em termos de boas práticas ambientais."

Pode ler o texto completo aqui.

Para além das felicitações ao autor, pelo excelente e oportuno texto, o nosso Movimento agradece mais esta demonstração de solidariedade do ambientalista.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Quem estará “confundido”?

A iniciativa do Movimento em Defesa do rio Tinto junto do DIAP e de outras instituições, teve ecos em diversos órgãos de comunicação, conforme já aqui referimos. Hoje, acrescentamos à lista, o jornal Vivacidade, publicado no Concelho de Gondomar.
Este jornal dedica uma página completa ao assunto, num artigo para o qual mobilizou a participação de diversas entidades. Entre elas, o Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Rio Tinto que, citado pelo Vivacidade, afirma:
" Não há qualquer entubamento…" e "… conseguimos alterar o projecto inicial de construção da Linha do Metro que previa entubar o rio entre a Lourinha e a Campainha".
Mais adiante, o autarca diz não entender a posição do Movimento em Defesa do Rio Tinto:
"Admito que seja apenas confusão por verem agora, durante a obra, o leito desviado".
E, ainda:
"… desde que cheguei à Junta, no final de 2005, sempre fiz tudo para minimizar os impactos negativos da vinda do Metro, como, por exemplo, evitar que se entube mais o rio Tinto".
Estas declarações do Presidente da Junta, deixam-nos estupefactos.
Com efeito, afirmar que não há qualquer novo entubamento, quando a própria empresa Metro do Porto admite:
"A substituição da ponte das Perlinhas, imposta pela Comissão de Avaliação Ambiental, obriga ao entubamento de cerca de 60 metros do rio, informou a Metro do Porto. ". (Ver notícia do JN )
O Senhor Presidente da Junta nega as evidências que qualquer cidadão poderá constatar "in loco". Aproveitando para fazer passar a imagem de que é alguém influente e decisivo, que se move com grande à-vontade nos bastidores da obra.
Mas denegrir a imagem do nosso Movimento é algo com que não nos conformaremos.

Será que, quando a Metro admite o entubamento de um troço do rio, está, também confusa? Será que o que vemos na zona das Perlinhas, e que a imagem seguinte novamente comprova, é pura ilusão de óptica?

foto Move Rio TintoQuem estará, afinal, confundido?

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Visita guiada às obras do Parque Oriental do Porto

A Campo Aberto – Associação de Defesa do Ambiente organizou no dia 8 de Novembro uma visita ao Parque Oriental do Porto, guiada pelo Prof. Sidónio Pardal, arquitecto paisagista e autor do Parque da Cidade do Porto.
Este projecto será uma enorme mais-valia para revitalizar a região oriental da cidade do Porto. Rio Tinto faz fronteira com a referida zona e, em muito, beneficiará com a criação deste espaço.
Como todos sabemos, a poluição não respeita fronteiras naturais ou administrativas. Para que esse projecto atinja toda a sua plenitude a despoluição do rio Tinto é, verdadeiramente, fundamental.
Na visita, ouvimos o Prof. Sidónio Pardal referir-se às intervenções que vão ser efectuadas nas margens do rio Tinto de modo a torná-lo muito mais visível e fundamental no cenário do Parque Oriental (alargamento de margens e criação de desníveis no leito de cheia). Claro que tudo isso só será viável com a despoluição, efectiva, do rio Tinto. Ninguém defenderá a construção de um Parque atravessado por um esgoto a céu aberto.
Muito há a fazer para que o rio Tinto atinja a qualidade desejada. Temos um longo caminho pela frente e esperamos que seja agora que as Câmaras Municipais, dos concelhos atravessados pelo rio Tinto, metam mãos à obra.

foto MoveRioTinto

foto MoveRioTinto
foto MoveRioTinto

domingo, 8 de novembro de 2009

Mais um crime contra o rio

Descargas ilegais no rio Tinto pintam de branco água na marina do Freixo

As águas da marina do Freixo, no Porto, voltaram a pintar-se de branco na noite do domingo. As descargas ilegais no rio Tinto sucedem-se e a poluição desagua no Douro, matando peixes e danificando os cascos das embarcações. A direcção da marina tem alertado as autoridades para a ilegalidade, contudo nada se alterou.
É contra este e outros atentados contra o rio que dá nome à nossa terra que continuaremos a existir e, porventura, a incomodar aqueles que, por inacção ou silêncio, são coniventes com os desmandos.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Intervenção no Porto Canal

Para além dos órgãos de comunicação que referimos no post anterior, também o Porto Canal fez uma reportagem sobre as questões relacionadas com as obras do Metro e sua interacção com o rio Tinto.
Aqui apresentamos a intervenção do Movimento em Defesa do Rio Tinto, que passou no Telediário dquela estação, no dia 5 de Novembro passado.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Ecos

Relativamente à exposição que o nosso Movimento remeteu ao DIAP e outras entidades, registámos, com agrado, as referências que órgãos de comunicação fizeram ao assunto nas suas páginas.
Nomeadamente, o Jornal de Notícias, publicou uma página inteira (ler aqui) e também o Público tratou extensamente a questão (ver texto aqui).
Entretanto, outros órgãos de comunicação social manifestaram interesse em aprofundar o sentido desta nossa iniciativa.
Pelos ecos que estamos a recolher, sentimos que a nossa actuação continua a fazer todo o sentido. Porque, para além de sensibilizar uma mais vasta audiência para as graves questões ambientais que se detectam em torno do nosso rio, esta actuação obrigou a Metro do Porto a vir a terreno apresentar "justificações" e "explicações" a que, durante meses e meses, se furtou, apesar das inistências do nosso Movimento no sentido de nos ser concedida uma reunião para obtermos, da fonte original, respostas para as muitas inquietações que a obra nos foi suscitando.
Não iremos, por agora, comentar essas "justificações". Realçaremos, entretanto, que a Metro confirma, para já, o entubamento de mais "sessenta metros" do rio.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O Movimento em defesa do rio Tinto recorre ao DIAP

Desde o início do processo de construção da linha de Metro entre o Estádio do Dragão e a Venda Nova, que o Movimento em Defesa do Rio Tinto manifestou um conjunto de preocupações que tinham a ver com o traçado deste indispensável equipamento no que se refere à coexistência, o mais harmoniosa possível, com o rio.
À medida que fomos tendo conhecimento do desenvolvimento do empreendimento, designadamente na fase de projecto e já depois do início das obras no terreno, as preocupações foram aumentando.
Em conformidade, fomos adiantando sugestões, fomos procurando esclarecer dúvidas, tentámos sensibilizar os decisores para a necessidade de, atempadamente, se evitarem colisões desnecessáras ou mesmo ambientalmente erradas.
Solicitámos reuniões à Administração da Empresa Metro do Porto e à própria Câmara Municipal de Gondomar que nunca vieram a ser concedidas.
Na fase em que as obras estão, já não restam dúvidas de que, ao invés do que, em dada altura se fez crer, as obras da nova linha, estão a agravar claramente os atentados à integridade do rio, designadamente promovendo o entubamento de mais umas largas dezenas de metros.
Esta é a gota de água que faz transbordar a nossa indignação. Assim, esgotadas todas as possibilidades de sermos esclarecidos sobre as razões daquilo que consideramos serem desmandos operados sobre um bem natural decisivo na história e património da cidade, decidiu o Movimento avançar para a intervenção junto das autoridades judiciais.
Deste modo, acaba de remeter ao D.I.A.P. (Departamento de Investigação e Acção Penal) do Ministério Público, um pedido de averiguação sobre a legalidade de todo o processo relativo ao traçado do metro em Rio Tinto, nomeadamente, quanto às zonas RAN e REN e grave mutilação da integridade do bem natural e público que é o rio Tinto. Também sugerimos que se averigue a legalidade do novo entubamento e a desconformidade entre a declaração de impacto ambiental e a execução da obra, com a eliminação de várias dezenas de metros do leito natural do rio.
E porque não nos vamos conformar, assistindo impavidamente, aos novos atentados que o nosso já tão sacrificado rio continua a sofrer, decidimos também enviar exposições de teor semelhante à Agência Europeia do Ambiente, INSTITUTO DA ÁGUA, I. P., (INAG, I.P.) e ARH Norte (Administração da Região Hidrográfica do Norte).
Não aceitando a chamada "política do facto consumado", passamos, pois, a uma nova fase da luta em defesa do nosso rio, razão de ser deste Movimento que nasceu do exercício dos direitos de cidadania de que um largo conjunto de cidadãos não abdica.
Como temos vindo a dizer,
Se outros calam, falemos nós!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma dura realidade

A recente caminhada até à nascente do rio, fez-nos constatar a dura realidade. Ali não há água a brotar. Ali, tudo está desoladoramente seco.
Por isso, se, mais para baixo, há um caudal visível, é legitimo concluirmos que, afinal, o que parece ser um rio, não é mais do que um esgoto a céu aberto.
Há responsáveis por esta situação.
Que têm de ser denunciados, persistententemente.
A denegação do nosso património natural, não pode ficar impune.
Da próxima Conferência de Copenhaga, a realizar em Dezembro, espera o Mundo medidas concretas que possam inverter o estado de degradação do ambiente a que estamos a assitir.
Mas, para além das grandes cimeiras, há toda uma mudança de mentalidades e atitudes, que deve começar por se expressar nas aparentemente pequenas batalhas que travamos bem perto das nossas casas.
A batalha pela recuperação do rio Tinto, é uma delas.
E dessa batalha não abdicaremos!

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Vemos, ouvimos e lemos, não podemos ignorar


Sabemos que as alterações climáticas estão em marcha e vão afectar-nos a todos.
Sabemos, também, agora, que 350 é o nível seguro de carbono na atmosfera.

Por isso, no dia 24 de Outubro, às 15h vamo-nos unir e reclamar aos líderes mundiais a resolução da crise climática

Junta-te à maior acção pelo clima que o mundo já alguma vez viu!
Se puderes, leva uma t-shirt branca

Com acções em Gaia, em Lisboa e no resto do planeta.
Inscreve-te em
http://earthcondominium.wordpress.com/350/ , onde podes conhecer mais pormenores sobre a iniciativa e passa a mensagem!

sábado, 17 de outubro de 2009

Caminhada até à nascente do rio

Fomos cerca de quarenta. Caminhámos durante mais de quatro horas, percorrendo mais de uma dúzia de quilómetros.

Começámos junto do antigo Mercado de Rio Tinto.

Na parte inicial, fomos parando junto das obras do Metro, onde confirmámos a existência de diversos novos atentados à integridade do rio, que aqui já temos reportado.


Aqui, na zona da Lourinha/Perlinhas, esses atentados são mais patentes e mais graves.

Caminhando para montante, vamos "coleccionando" exemplos de descargas poluidoras, a drenarem directamente para o rio.Caminhámos por entre campos e mato, seguindo o curso do rio

O leito vai estreitando, o caudal vai sendo menor, mas a poluição, está sempre presente.

As contribuições indesejáveis, não param.
Aqui, já perto da nascente, quase não há água. Mas lixo, há certamente...


A poucos metros do nosso destino, só podemos ver um desolador leito seco.
Mas os tubos de descargas ilegais, continuam impunes.
Um último obstáculo que se transpõe com uma ajuda solidária...
E lá chegámos ao nosso objectivo.
Nesta zona , quase escondida, nasce o nosso querido rio.

Mas, da nascente já não brota a água original.
Tudo está seco.
Desoladoramente seco.
Que fizeram de ti, meu rio?
Uma lixeira. Um amontoado de erros ambientais. Uma infindável teia de interesses obscuros, de incúrias inadmissíveis, de negligências condenáveis.
Tapar o rio, escondê-lo dos nossos olhos, parece ser a solução encontrada por decisores a quem ela convirá. Ou por quem, menos informado ou já desesperado por ter de conviver com as consequências degradantes da poluição que assoberba o rio, concede, com o seu desespero, mais um pretexto para novos desmandos.
Mas nós, cá estaremos. Com uma voz que poderá parecer idealista ou mesmo insignificante.
Mas, quanto mais não seja para ficarmos com a nossa consciência limpa, não nos calaremos.
Se outros calam, falemos nós.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Obras do Metro- se outros calam, falemos nós 6

No sábado, contamos consigo!
Concentração junto do antigo mercado de Rio Tinto 9h30

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Obras do metro- se outros calam, falemos nós 5

Por aqui, andámos na Primeira Caminhada em Defesa do Rio Tinto

Mas já não poderemos voltar a circular por ali como dantes.
Há betão e mais betão a fechar o caminho e a sepultar mais um bocado do nosso rio.

Em nosso entender havia outras soluções para evitar mais este atropelo à integridade do nosso rio.Houve expectativas criadas por "quem de direito", que afirmavam que "nem mais um metro de rio seria entubado". Mas, afinal, o que se vê no terrenos frustra as expectativas.

No próximo Sábado, vamos confirmar estas e outras situações, com as quais não nos conformamos.Por isso, precisamos que estejas presente na nossa próxima acção.

Sábado às 9h30

concentração junto do antigo mercado de Rio Tinto, para uma caminhada à até à nascente do rio, com passagens pelos locais das obras do metro que conflituam com este precioso bem natural

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Obras do metro- se outros calam, falemos nós 4


Perante os novos atentados que têm sido cometidos contra o rio, como aqui temos denunciado, mais do que nunca é importante participar nesta actividade.
Para lá de podermos conhecer um pouco melhor o nosso rio Tinto, esta será também uma forma de não calarmos a nossa voz de protesto.
Se outros calam,
falemos nós!

sábado, 3 de outubro de 2009

Obras do metro- se outros calam, falemos nós 3

A “Linha Dragão-Venda Nova” não será Verde, mas Negra!
Obras do Metro roubam centenas de metros de rio à cidade de Rio Tinto

As obras para a construção da linha de Metro, importante equipamento que servirá uma parte de Rio Tinto, prosseguem, designadamente em zonas que têm muito a ver com o nosso rio.
Para além da total rejeição de propostas do Movimento e da recusa em nos responder ou receber, quer a Administração da Metro quer o presidente da CMG têm de ser responsabilizados pelos danos desastrosos e irreversíveis causados ao rio Tinto, ao património natural e cultural.
A razão cabia-nos, quando defendemos que a cidade de Rio Tinto, em especial os autarcas da Junta e da Assembleia de Freguesia de Rio Tinto, tinha que acompanhar a execução de uma obra tão pesada, que ia certamente conflituar com o rio. De facto, pelas provas dadas pelos responsáveis da CMG (entidade licenciadora da obra), na (des)protecção e desprezo dos escassos recursos disponíveis, temíamos o pior. E esse pior está a acontecer.
Os que na altura confiaram e depositaram nas boas mãos da Metro e dos responsáveis da CMG a condução do processo, negando ou ignorando várias soluções apresentadas pelo Movimento, são co-responsáveis:
- pela não concretização de uma reabertura na infra-estrutura do "célebre entubamento" para trazer o rio à convivência da cidade, junto da Quinta das Freiras;
- pelo entubamento de mais umas centenas de metros do rio Tinto, entre a rua da Lourinha e a Esc. Básica 2,3 nº 2 de Rio Tinto;
- pela destruição de pelo menos um moinho centenário;
- pelo delineamento de políticas e prioridades que não são do interesse da cidade, do ambiente e da nossa liberdade e qualidade de vida.
Como afirmou Abraham Lincoln, “ficar em silêncio quando deveriam protestar faz parte dos homens cobardes”. A rectidão exige que se fale de um desastroso e injusto erro cometido contra o rio Tinto e os Riotintenses, denunciando os poderosos interesses instituídos que colidem com a vida de uma cidade de futuro, que pressupõe, antes de mais, a existência de um ambiente e um ordenamento do espaço para todos, em consonância com as memórias e o património local.
Precisamos de acordar e assegurar a nossa liberdade de escolha, garantindo um papel apropriado na gestão dos interesses públicos.
O Movimento em Defesa do Rio Tinto vai prosseguir, através de todos os meios ao seu alcance, com a denúncia do recurso à mentira, à ilusão e à manipulação, como forma de colocar obstáculos aos desejos de mudança e bem-estar.
Estar atento e não calar o que outros cobardemente silenciam, mais do que um direito é um dever de consciência e de cidadania.

Rio Tinto, 2009-10-03
O Movimento em Defesa do Rio Tinto

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Obras do Metro- se outros calam, falemos nós 2

Se outros calam

falemos nós!

Continuamos a denunciar mais alguns atentados que, a coberto das Obras do Metro (estrutura que, uma vez mais, consideramos imprescindível a Rio Tinto, que isso fique bem claro) estão a ser cometidos em diversas zonas do nosso já tão sacrificado rio. Com o silêncio conivente dos órgãos autárquicos que deveriam ser os primeiros a erguer a voz.Até porque, publicamente, assumiram compromissos.

Hoje vamos até à zona das Perlinhas. Onde havia claras promessas de se intervir de modo a preservar e, até certo ponto, requalificar o rio e suas margens.
Aqui, havia um pontão e o rio corria à vista de todos nós.

Agora, foi emparedado, supultado sob mais umas toneladas de betão:

Neste local, o rio corria, ainda, por entre campos agrícolas, passando ao lado do pântano, onde se alberga uma interessante fauna e flora.
Agora, vai ficar tapado por mais betão.

Por aqui, perto da EB.2.3 nº 2, passámos, durante a Primeira Caminhada Agora, lá ao longe (não se pode ir mais perto porque há vedações por todo o lado), mais betão, mais entubamento. E há notícias de que as ruínas de um velho moínho que ali existia, fora já arrasadas.

Foi, então esta a prometida intervenção sustentada em termos ambientais?
Foi encondendo o rio, que se cumpriram as promessas?
Pobre rio Tinto!
Envergonhado, sepultado, escondido.

Se outros calam
falemos nós!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Obras do Metro - se outros calam, falemos nós 1

As obras para a construção da linha de Metro, importante equipamento que servirá uma parte de Rio Tinto, prosseguem. Designadamente em zonas que têm muito a ver com o nosso rio.
Em Junho deste ano, a propósito destas obras, a Assembleia Municipal de Gondomar, aprovou, por unanimidade, a seguinte recomendação:

Que esta Assembleia recomende à Câmara Municipal e à empresa Metro do Porto, SA que, no caso de ser tecnicamente possível, aproveite a intervenção que está a realizar no troço Avenida da Conduta/Pontão da Lourinha, com vista à construção da linha do Metro, para desfazer o entubamento do rio Tinto, diligenciando junto das entidades responsáveis pela gestão dos recursos hídricos a necessária autorização.
A Assembleia de Freguesia de Rio Tinto, haveria de aprovar recomendação semelhante.
Fomos acompanhando as obras no terreno. E o que fomos vendo?
Inicialmente, abriu-se uma esperança, pois, junto à Quinta das Freiras, vimos serem cortados os grandes tubos por onde o rio corre.
Seria que a recomendação estaria a produzir efeitos?
Mas a seguir à esperança, veio a desilusão.
Afinal, a abertura foi tapada.

O rio foi, desviado, e vai passar a correr, novamente escondido, por debaixo das estruturas de betão por onde circularão as composições.
Com a clara aquiescência da Câmara Municipal de Gondomar, entidade licenciadora da obra, que ignorou a recomendação da sua Assembleia Minicipal.
E, ao que nos parece, com o silêncio dos restantes órgãos autárquicos (Junta de Freguesia incluída) e de todas as forças políticas que, afinal, com o seu voto, deram força a esta deliberação.

Mas, ainda há pior.
Como aqui iremos demonstrar, as obras do Metro, não só representam uma oportunidade perdida para se remediarem minimamente erros do passado, como ainda vieram agravá-los, já que estão a promover o entubamento de mais umas dezenas de metro do rio Tinto.
Mas, aqui, não haverá silêncios.
À semelhança do que diz a canção
"Se outros calam
falemos nós".